Gerir uma empresa nunca foi fácil, mas com o surgimento das multinacionais e da globalização, essa tarefa se tornou muito mais difícil. Em um mercado cada vez mais dinâmico, é preciso conhecer quais os fatores que podem afetar seu negócio. Uma boa forma de começar a construir esse conhecimento é entender o que são os ambientes empresariais interno e externo.
Hoje, lidamos com as maiores corporações que já existiram, tanto em número de funcionários como em quantidade de produção e áreas de atuação. Assim, quanto maior o número de produtos, mais processos produtivos são necessários, e quanto maior o número de funcionários, maior a complexidade dos processos organizacionais.
Além disso, o tamanho da área de atuação dessas grandes empresas, aliado à globalização, faz com que cada etapa dos processos produtivos dependa de inúmeros processos. Logo, um pequeno acontecimento no Japão pode impactar toda a produção de uma empresa no Brasil, por exemplo.
Para entender melhor como esses aspectos se encaixam na gestão de uma empresa, conversamos com Antonio Cesar Amaru Maximiano, professor do MBA em Gestão de Negócios USP/Esalq. Ele fala sobre os ambientes empresariais interno e externo e como a análise deles pode afetar sua gestão. Confira!
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Ambiente empresarial interno
De acordo com o professor, o ambiente empresarial interno também pode ser chamado de microambiente organizacional: “É uma espécie de ‘entidade’ complexa, que pode ser compreendida, pelo menos, a partir de duas perspectivas: a dos sistemas técnicos e a dos sistemas sociais”, comenta.
Os sistemas técnicos compreendem tanto os recursos materiais como os componentes abstratos de uma empresa. Entre os componentes físicos podem ser destacados máquinas, instalações, estoques de peças, produtos e recursos financeiros. Já os recursos intangíveis podem ser exemplificados por patentes, reputação, conhecimentos acumulados, marca, processos produtivos e administrativos e todos os tipos de tecnologia.
Já os sistemas sociais, também chamados de sistemas comportamentais, compreendem características interpessoais das organizações. Entre eles temos sentimentos, emoções, conflitos, processos de formação de grupos informais, motivação, liderança, capacidade de trabalhar em equipe, cultura e clima organizacional, entre outros.
Também há um terceiro tipo de sistema que pode ser considerado parte deste ambiente: os sistemas gerenciais. Dentro dessa categoria podemos incluir a estrutura organizacional, o modelo de negócios e os processos de tomada de decisão.
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Ambiente empresarial externo
Maximiano explica que o ambiente empresarial externo, também chamado de macroambiente organizacional, inclui todos os fatores que afetam uma empresa, mas não fazem parte dela. Alguns fatores que compõem o ambiente externo de qualquer empresa são clientes, mercado de trabalho, fornecedores, legislação, concorrentes, conjuntura econômica e política, evolução tecnológica e o contexto internacional.
“O macroambiente é uma constelação de entidades, eventos, pessoas, grupos, recursos, interesses, instituições e, até mesmo, a natureza física, que se entrelaçam e influenciam uns aos outros”, esclarece.
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Analisando o ambiente
Segundo o professor, o modo clássico de análise desses ambientes é estudando-os separadamente. Dessa forma, o exame do ambiente externo foca nas ameaças e oportunidades oferecidas pela constelação de fatores que o compõem, enquanto o ambiente interno é avaliado por meio da identificação de pontos fortes e fracos da própria organização.
Entretanto, há diferentes maneiras de analisar esses ambientes, sendo possível analisá-los ao mesmo tempo, com um foco específico. Alguns métodos focam na performance financeira, no poder dos fornecedores e dos clientes, outros visam entender a composição do mercado, a sensibilidade do ramo de negócios a variações na economia, a possibilidade de entrada de novos atores entre outros.
Para Maximiano, é importante notar que análises específicas dependem dos interesses e da conjuntura da organização. “Uma empresa em uma situação competitiva aguda, por exemplo, pode privilegiar o estudo da concorrência, inclusive comprando os produtos de outras empresas para compará-los com os seus”, demonstra.
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A importância da análise
Para o professor, a principal utilidade da análise desses dois ambientes para o gerenciamento de uma empresa está no processo de gestão estratégica, seja ele formal ou informal. Isso porque é preciso ter uma boa compreensão das circunstâncias e do momento pelo qual a organização está passando para definir estratégias que assegurem sua competitividade sustentada.
Por meio dessa análise, é possível identificar vulnerabilidades, ameaças e oportunidades, sejam elas presentes ou futuras. Também é possível ver tendências (favoráveis ou desfavoráveis) da evolução da tecnologia ou das mudanças no comportamento e na estrutura da sociedade. “Atualmente, são muito populares os estudos que focalizam a eficiência dos processos produtivos internos das organizações, porque impactam os custos e a lucratividade das empresas”, exemplifica Maximiano.
Um exemplo prático da importância dessa análise é a atual guerra na Ucrânia: um conflito armado em outro continente afetando diretamente o mercado brasileiro. “Problemas no fornecimento de petróleo, trigo e outros insumos, redução no volume de negócios devido às sanções impostas à Rússia e bloqueio do comércio internacional, esses são apenas alguns dos efeitos da guerra que atingem as empresas brasileiras”, finaliza o professor.
Gostou de aprender o que são os ambientes empresariais interno e externo? Então conheça o MBA USP/Esalq e se aprofunde nesse assunto e em diversos outros temas essenciais para a gestão da sua empresa. Aproveite!
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