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Carreira em Foco: como o choque de gerações se transforma em convivência, com Fatima Jinnyat

No século XXI, com a globalização e o rápido desenvolvimento tecnológico, nos vemos cada vez mais trabalhando com pessoas diferentes de nós. Além de diferenças culturais e pessoais, a diferença de idade pode ser um problema dentro das empresas. Por isso, o choque de gerações é um dos temas debatidos na segunda edição do Carreira em Foco, evento realizado em janeiro deste ano pelo MBA USP/Esalq.

O evento é realizado semestralmente pela instituição e é 100% online. Seu objetivo é proporcionar conhecimentos sobre as tendências do mercado de trabalho e manter os profissionais preparados para enfrentar os desafios do dia a dia e conquistar novas realizações.

A edição que abriu 2022 com chave de ouro contou com palestras de três professoras dos MBAs USP/Esalq: Heliani Berlato, Denise de Moura e Fátima Jinnyat. Com anos de atuação no mercado e na academia, elas falaram de temas diferentes, porém interligados.

Na primeira matéria desta série reportagens sobre o Carreira em Foco, mostramos a palestra da professora Heliani Berlato, que teve como foco as dificuldades em conciliar o profissional e o pessoal no home office.

Você pode ler a matéria completa aqui: Carreira em Foco: Dicas de Heliani Berlato para conciliar o profissional e pessoal

Já na segunda matéria, registramos a palestra de Denise de Moura, que falou sobre o futuro do trabalho e as competências exigidas pelo mercado em 2022.

A matéria completa está disponível aqui: Carreira em Foco: o futuro do trabalho, em palestra com Denise de Moura

Nesta terceira e última reportagem da série, o destaque é a palestra da professora Fátima Jinnyat, que falou sobre o choque de gerações dentro das empresas. Você sabe como lidar com isso?

Choque de gerações

Apesar do choque de gerações ser um problema, é possível transformá-lo em uma solução.

De acordo com a Fátima, o choque geracional vem crescendo dentro das empresas. Ela conta que não se falava em diferentes gerações até meados do século XX. Esta diferenciação só começou a ser feita após o fim da Segunda Guerra Mundial, devido às rápidas mudanças que o mundo sofreu a partir de então. A primeira geração a ser catalogada foi a dos baby boomers, seguida das gerações X, Y/Millenials e Z/Zoomers.

Atualmente, com o aumento da longevidade e qualidade de vida, vemos o retorno dos mais velhos ao mercado de trabalho. Desta forma, temos quatro gerações muito diferentes atuando concomitantemente no mercado de trabalho. Fátima explica que isto acontece por conta das diferenças básicas do contexto em que cada geração foi criada: “nosso cérebro cria padrões e forma hábitos para facilitar o raciocínio”.

Estas diferenças, quando não adereçadas, podem se tornar grandes problemas dentro das organizações. “Nós temos o hábito de atrair as pessoas com as quais temos afinidade e afastar as pessoas com quais temos muitas diferenças”, explica a professora.

Leia também:  Por dentro da geração Z: como eles estudam?

Entendendo as gerações

Segundo Fátima, para entender cada um destes grupos, é preciso olhá-los com a perspectiva e o contexto do próprio grupo, e não com os do qual você se encaixa. Por isso, é necessário compreender diferenças de metabolismo da faixa etária na qual a geração se encontra, assim como o período histórico em que geração foi criada.

Para isso, a professora fez um resumo das principais características de cada uma:

Baby Boomers: nascidos entre 1946 e 1964. Por terem sido criados logo após a Segunda Guerra Mundial, querem paz. São totalmente analógicos. Devido à idade, há uma diminuição dos hormônios, de modo que buscam sossego. Gostam de hierarquia e disciplina. Se importam com a relação e confiança entre pessoas, principalmente no ambiente de trabalho. Exemplos: Steve Jobs, Bill Gates e Luiza Trajano.

Geração X: nascidos entre 1965 e 1980. Estão na fase da vida de luta. São preocupados com a família e gostam de trabalhar. Precisam de estabilidade financeira e trabalham para acumular, com medo de que a bonança vá acabar. Passaram pela “tecnologização” das empresas e o downsizing. São executores disciplinados. Questionam, mas obedecem. Valorizam o respeito e tem iniciativa. Exemplos: Ana Paula Padrão e Guilherme Benchimol.

Geração Y/Millenials: nascidos entre 1981 e 1996. Viveram a transição entre o analógico e o digital. Viveram um período de prosperidade econômica, durante o qual o mundo foi “financeirizado”. São preocupados com o que lhes sobrará em um futuro incerto. Exemplos: Atila Iamarino e Lady Gaga.

Geração Z/Zoomers: nascidos entre 1997 e 2010. São nativos digitais e não conhecem o mundo analógico. É uma geração ansiosa e com fortes conflitos emocionais causados pelo medo de que não haja futuro. Não possuem preconceitos e são muito flexíveis. São preocupados com o mundo e mais pacientes com idosos do que os Millenials. Apesar de parecerem independentes, precisam de feedback e retorno contínuo. Aprendem por observação e querem algo que faça sentido.

Leia mais: Perennials e a nova forma de segmentar gerações

Como se preparar para o ambiente de trabalho diversificado

É preciso transformar o choque de gerações em convivência de gerações.

Para Fátima, apesar de difícil, é possível lidar com estas diferenças e crescer a partir delas, por meio da Inteligência Coletiva. Por isso, ela recomenda a troca do termo “choque de gerações” para “convivência de gerações”, já que este deveria ser o real objetivo das empresas.

Para que isso aconteça, ela dá duas dicas: “primeiro é necessário cuidar dos vieses inconscientes e tentar evitar preconceitos. Não podemos deixar que os estereótipos que temos de cada geração afete a forma como vemos as pessoas.” Além disso, muitas das coisas que vemos como defeitos, podem ser, também, qualidades, se usadas da forma correta.

Em segundo lugar, é necessário ter espaço para diálogo dentro das organizações. Somente dando abertura para que as pessoas troquem ideias entre si e resolvam suas diferenças é que será possível superá-las e trabalhar juntos.

Leia também: Conflitos de gerações: como as empresas lidam com o assunto

Você já teve problemas no trabalhado causados pelo choque de gerações? Conheça os MBAs UPS/Esalq e venha debater esse e outros assuntos durantes as aulas. Ah, e, se quiser, você também pode assistir a segunda edição do Carreira em Foco na íntegra aqui.

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Autor (a)

Caio Roberto
Caio Roberto
Jornalista e amante de história, línguas estrangeiras, cinema, literatura e videogames. Utilizo minha curiosidade natural e minha facilidade de me comunicar para descobrir mais sobre o mundo e tentar passar isso adiante. Acredito que nasci para contar histórias, independente da história, da mídia em que ela será contada e do meu papel nela.

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