Vivemos em um mundo cada vez mais volátil, em que grandes mudanças sociais e mercadológicas acontecem cotidianamente e as empresas precisam se adaptar cada vez mais rapidamente ao cenário em que se encontram. Mas tentar se adaptar a algo novo é sempre uma tarefa arriscada e, por isso, fazer uma análise de risco é essencial antes de qualquer decisão.
Com a globalização e o aumento da velocidade dos processos produtivos, causado pelo desenvolvimento tecnológico das últimas décadas, atividades que antigamente eram relativamente simples, hoje dependem de um arranjo complexo de peças e atores. Assim, a quantidade de aspectos que podem colocar um negócio em risco também é muito maior atualmente, e exigindo cada vez mais uma análise desse risco.
Para você entender melhor quais são os tipos de riscos que podem afetar sua empresa e como classificá-los, conversamos com Rodrigo Lanna, professor do MBA em Digital Business USP Esalq. Confira!
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O que é análise de risco?
Antes de entendermos o que é análise de risco , é preciso entender o que são esses riscos e como classificá-los. De acordo com Lanna, um risco pode ser definido, de forma geral, como qualquer fator que diminua de alguma forma os resultados esperados por uma empresa ou ator econômico.
Dessa forma, a análise de risco busca avaliar quais são os principais fatores que podem levar a um desvio desse resultado esperado e qual a probabilidade de que eles impactem o planejamento. “As ações das corporações devem ser pautadas visando a otimização da relação retorno-risco, sendo fundamental, neste processo, uma gestão que trate de maneira adequada os elementos propulsores de risco”, explica o professor.
Ao fazer a análise de risco, eles podem ser classificados de duas formas: pela sua natureza ou pela sua origem. Ao classificá-los por sua origem, a separação é feita em internos e externos à empresa. Já para análises considerando sua natureza, há três tipos de risco: estratégico, operacional e financeiro.
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A natureza dos riscos
Como citado anteriormente, quando analisamos os riscos de acordo com suas origens, podemos separá-los em três tipos. Os riscos estratégicos surgem de um desalinhamento entre o planejamento da empresa em nível estratégico e o resultado efetivo. “Isso pode ser causado por fatores como mudanças no ciclo dos negócios, inovações tecnológicas introduzidas por outras empresas, no hábito dos consumidores e na política regulatória”, exemplifica o professor.
O segundo tipo de risco é o operacional, que tem relação com fatores diversos que podem impactar a produção, as vendas e o ativo de uma corporação. Entre eles estão falhas humanas, problemas de sistemas, gerenciamento inadequado no âmbito interno da empresa e até mesmo a ocorrência de eventos externos, como greves e acidentes.
Lanna explica que o terceiro e último tipo de risco é o financeiro, que “está associado à possibilidade de perdas no mercado financeiro”. Esse tipo de risco ainda pode ser dividido em quatro subcategorias:
- Risco de mercado: decorre das oscilações nos preços dos ativos com os quais a empresa trabalha, seja uma commodity, taxa de câmbio ou taxa de juros.
- Risco de crédito: associado à possibilidade da contraparte (cliente ou fornecedor) não honrar o contrato estabelecido.
- Risco de liquidez: surge tanto da falta de liquidez do ativo no mercado, que leva ao estabelecimento de preços diferentes daqueles considerados, quanto de problemas de caixa da empresa, que acarretam falta de pagamento à contraparte.
- Risco legal: advém de ações não amparadas pela lei.
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A origem dos riscos
Já quando analisamos os riscos de acordo com suas origens, eles são separados em dois grupos: os internos e os externos à empresa. “A característica básica dos riscos externos à empresa é o fato de que ela não tem a capacidade de alterá-los, apenas de administrá-los”, esclarece o professor.
Este grupo compreende uma enormidade de eventos econômicos, políticos, sociais, setoriais e climáticos. Alguns exemplos são a aprovação de uma lei de incentivo à exportação de uma mercadoria, uma queda das taxas de juros da economia, a descoberta de uma nova tecnologia por empresas concorrentes, secas que levam à queda de produção de insumos entre outros.
O segundo tipo de risco, o interno, também é conhecido como risco de negócio, já que advém de práticas que ocorrem dentro da corporação. Este grupo engloba desde ações na área de Compras até a política de vendas da empresa, permeando questões sobre tecnologia, marketing, alavancagem operacional, gestão de custos e de qualidade, dentre outros elementos.
O grau de importância de cada um desses fatores depende das características da empresa e de seu setor de atuação e como essas características afetam a criação de vantagens competitivas frente aos concorrentes e que elevem seu valor de mercado. Algumas características importantes são a variabilidade de vendas, preços e custos ao longo do ano, a habilidade no desenvolvimento de novos produtos, entre outros.
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