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Entenda o poder da empatia nas relações pessoais

Diversas características tornam os humanos seres diferentes e capazes de conviver em sociedade. A empatia é de longe a habilidade mais importante no perfil de uma pessoa, pois ela configura como são suas relações pessoais e profissionais. Diferente da simpatia, que se entende por um sentimento de piedade diante da dificuldade do próximo, a empatia é a arte de se colocar no lugar de outra pessoa para tentar compreender o porquê e como ela se sente diante dessa dificuldade. “Muitos acreditam ser impossível fazer essa troca imaginária e de fato a gente nunca vai conseguir saber exatamente como alguém se sente. A empatia nos faz observar com outros olhos e tentar um esforço de conexão para entender o próximo, mesmo que seja a partir de nós e das nossas experiências”, explica a professora dos MBAs USP/Esalq, Carol Shinoda. Ela conta que a separação entre simpatia e empatia, mesmo que importantes, ressalta o poder de impacto que ambas habilidades podem exercer na sociedade e círculos corporativos. “Elas incentivam o nosso mecanismo de observação e a percepção de que existem certos valores, situações e sentimentos dentro de nossas vidas que são correlatados”, diz.

Ter ou não ter

Segundo Roman Krznaric, autor do livro O Poder da Empatia, a empatia pode ser comparada a um talento musical que é herdado e desenvolvido por uma pessoa ou estudado e treinado para fazer parte das habilidades de um indivíduo, se ele assim quiser. “Às vezes ela é citada como parte da personalidade e acredito que tenha sim uma correlação com ela. Se você também tiver amabilidade, relacionada com o seu grau de afetividade pelo outro, ela possivelmente será mais presente, mas isso não é um aspecto determinante”, ressalta a professora. Carol destaca ainda alguns hábitos presentes em pessoas empáticas citadas na obra de Krznaric e que podem ser praticadas para melhorar a habilidade no meio social e profissional. São elas:

  • Acionar o cérebro para mudar as estruturas mentais e reconhecer que a empatia está no cerne da natureza humana e pode ser expandida ao longo da vida;
  • Dar o salto imaginativo fazendo um esforço consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas, inclusive daquelas consideradas como “inimigas”, para reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas;
  • Buscar aventuras experienciais explorando vidas e culturas diferentes das nossas por meio de imersão direta, viagem empática e cooperação social;
  • Praticar a arte da conversação para incentivar a curiosidade por estranhos e a escuta radical, tirando nossas máscaras emocionais;
  • Viajar em sua poltrona e transportar-se para as mentes de outras pessoas com a ajuda da arte, da literatura, do cinema e das redes sociais na internet;
  • Inspirar uma revolução gerando empatia em uma escala de massa para promover mudança social e estender nossas habilidades empáticas para abraçar a natureza.

“Esses são os hábitos de pessoas extremamente empáticas, mas acho que a primeira questão é acreditar que a empatia pode ser desenvolvida depois fazer esforços conscientes de mudança”, acrescenta a professora.

Graus de empatia

Existem variações da empatia, assim como a falta dela – em pessoas com psicopatia – ou sua presença de forma aparentemente ínfima, como nos casos de pessoas com espectros do autismo que têm dificuldades em decodificar os sinais sociais. Para Carol, é importante também observar alguns aspectos natos que favorecem ou dificultam a criação de empatia. A professora ressalta ainda que o senso sobre a empatia é claro no aspecto de ter uma mentalidade fixa em habilidade e inteligência emocional, uma vez que o indivíduo que a pratica coloca em foco o que melhor faz parte da nossa humanidade. Um último aspecto apontado por Carol, que está desenvolvendo uma tese sobre propósito de vida embasada nas definições de William Damon, professor da Stanford University, é a intenção instável e generalizada de realizar algo significativo para si. “É importante lembrar de que o propósito é feito a partir de nós, mas voltado para outras pessoas, logo a empatia se torna importante para conseguir fazer uma conexão com o outro e o mundo”, finaliza.   E você, conhece a importância da empatia? Deixe aqui nos comentários sua opinião sobre o assunto 😉

Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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