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Por que uma boa gestão de custos pode salvar sua empresa

Administrar uma empresa nunca foi fácil, mas os últimos anos estão especialmente desafiadores. Incontáveis empresas fecharam as portas e aquelas que se mantiveram funcionando tiveram que se adaptar drasticamente à nova realidade. Entre os diversos conhecimentos necessários para essa adaptação é, sem dúvidas, saber como definir o preço do seu produto ou serviço. No entanto, para isso, é necessário ter uma boa gestão de custos.

Pensando nisso, o Blog MBA USP/Esalq conversou com Carlos Alberto Grespan Bonacim, professor do MBA em Gestão Tributária USP/Esalq. Ele explica desde como fazer uma boa gestão de custos até como isso impacta na formação de preços e nos hábitos dos consumidores. Confira!

Conheça a gestão de custos

Segundo o professor, “a gestão de custos é a base do processo de geração de informação gerencial nas organizações.” É a partir dela que são organizados todos os elementos financeiros da empresa ou órgão governamental, como insumos e mão de obra, de modo que os gestores tenham uma noção da viabilidade e competitividade do preço definido.

O objetivo é que a informação seja estruturada de forma a ajudar os agentes tomadores de decisão em suas tarefas, entre elas, a formação de preços. Por isso, uma boa gestão de custos é imprescindível para todo e qualquer gestor, seja no setor público ou privado, em uma multinacional ou em uma carreira autônoma.

Para Bonacim, o segredo da boa gestão de custos é o acúmulo de informações. Após a coleta de dados, basta segmentá-los em departamentos, os chamados centros de custos, possibilitando ao gestor escolher a métrica, o algoritmo ou metodologia de custeio adequados ao processo decisório em questão.

“Acumular informação significa dizer que a base do processo será abastecida com dados de preços, quantidade e especificação dos insumos. A partir da acumulação dessa informação em uma série histórica, um processo adequado de gestão de custos vai acontecer naturalmente.”, explica ele.

Leia mais: Regimes tributários: você conhece os três principais?

A formação de preços

Loja de roupas, com diversos tipos de roupas à mostra e placas indicando desconto de 30% e 50% em vários produtos.
Somente sabendo quais são seus custos será possível precificar seu produto adequadamente.

De acordo com o professor, uma boa formação de preços é um dos processos mais importantes dentro de qualquer organização. Isso porque, durante este procedimento, o gestor analisa as características dos atributos do produto versus as condições para a comercialização dele dentro do mercado em que está inserido.

“Eu posso ter um produto que, ao ser percebido e regulado pelo mercado, recebe uma sugestão de preço que não é viável para a minha organização. Não é viável porque a empresa não tem escala, porque o processo de operacionalização desse produto ou serviço não tem escopo determinado”, destaca.

E este processo é importante até mesmo no setor público, que não cobra pela maioria dos serviços prestados no Brasil. Mesmo sem cobrar de seus clientes, ao precificar o produto ou serviço, o órgão adquire uma noção sobre a escala das operações e avalia se a alocação de recursos está eficiente e se a quantidade de serviços ofertados está adequada.

O professor conta que, para se ter uma boa formação de preços, além de uma boa gestão de custos, é preciso também ter uma clara noção dos impostos que incidem sobre o produto ou serviço em questão e da margem de lucro requerida pela empresa. Com tudo isso, é utilizado, então, um algoritmo chamado markup para formar o preço.

Leia também: Aumento dos preços: um panorama tributário da pandemia

Os efeitos da pandemia

Confiança é o primeiro passo para o sucesso profissional!

Segundo Bonacim, a pandemia de Covid-19 causou impactos gigantescos na gestão de custos e, consequentemente, formação de preço das empresas. Estes impactos têm diversas causas e ainda podem ser sentidos hoje em quase todos os setores da economia. Além do número de empresas que fecharam por todo mundo, as que se mantiveram em funcionamento ainda são diretamente afetadas.

Um desses impactos é o forte efeito inflacionário nos preços dos insumos, implicando em maior pressão nas estruturas das empresas. Diversos setores sentiram uma forte retração na demanda. As barreiras sanitárias também causaram dificuldades na manutenção das cadeias de produção, com o contingenciamento do volume de operações, e forçaram incontáveis empresas a mudarem a oferta de seus serviços para o mundo digital.

Com tudo isso, a maior consequência é que o próprio modo de consumo dos clientes mudou, causando ainda mais dificuldades para as empresas. O professor explica que, com o aumento dos preços, os consumidores tendem a tentar negociar o valor do produto, arranjar um substituto ou parar de consumir.

Novos hábitos de consumo

Carrinho de mercado vazio parado em frente a uma parede de pedra.
Com o aumento dos preços, os clientes tendem a substituir os produtos ou parar de consumi-los.

“Aqueles produtos e serviços supérfluos, um pouco mais dispensáveis ou que tenham produtos substitutos são trocados. Por exemplo, a gasolina, o álcool ou o combustível de modo geral, são essenciais, nós não conseguimos trocá-los. Mas eu troco meu modelo de movimentação. Eu passo a fazer uso de transporte público, faço menos movimentações, fico mais econômico em relação ao uso do meu automóvel. As refeições que eu fazia em restaurante dão lugar às marmitas levadas de casa.”, conta.

Essa mudança no comportamento de consumo afetou diversos setores e mudou todo o panorama econômico mundial no curto e médio prazo. Mesmo assim, Bonacim lamenta que a gestão de custos continue sendo menosprezada no Brasil. Ele conta que as grandes empresas possuem pessoal capacitado para fazer este processo, mas as pequenas e médias ainda não sabem e não investem em fazê-lo.

“Eu diria que as pequenas empresas acabam reproduzindo um comportamento empírico, de repassar o preço e sentir como o cliente reage. Vez ou outra, esse tempo de adaptação à reação do cliente ou do consumidor é muito curto, a empresa não consegue mais retomar as rédeas e ela quebra”, conclui.

E você? Tem sentido dificuldades na administração da sua empresa? Quer saber mais sobre gestão financeira nas empresas e gestão de custos? Então venha conhecer o MBA em Gestão Tributária USP/Esalq!

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Autor (a)

Caio Roberto
Caio Roberto
Jornalista e amante de história, línguas estrangeiras, cinema, literatura e videogames. Utilizo minha curiosidade natural e minha facilidade de me comunicar para descobrir mais sobre o mundo e tentar passar isso adiante. Acredito que nasci para contar histórias, independente da história, da mídia em que ela será contada e do meu papel nela.

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