Com as empresas e as pessoas ficando cada vez mais confiantes de que a economia vai voltar a aquecer muito em breve, algumas tendências de varejo direcionam o mercado ainda para 2021.
Com insights do que foi apresentado no NRF Retail Converge, o professor Marcos Luppe, vice coordenador USP do MBA em Varejo Físico e Online USP/Esalq, comenta três tendências de varejo para você ficar de olho.
Características do setor pós-pandemia
Para contextualizar, Luppe elencou algumas características das empresas que sobreviveram à pandemia de Covid-19 e das organizações que surgiram durante ou vão se consolidar depois da crise.
- Branding com força total: propósitos, valores e boa comunicação com os clientes são fundamentais para o fortalecimento das marcas e uma das tendências de varejo que já está sendo colocada em prática no mercado.
- Equipes alinhadas: times ajustados com o propósito da empresa, motivados e adaptados ao ambiente digital fazem a diferença nos resultados. Por isso, uma equipe devidamente alinhada funciona como ação preventiva para quando os momentos de incerteza aparecerem.
- Controle de estoque: os períodos de crise podem ser muito complexos quando pensamos em abastecimento. Assim, focar em estratégias nessa área é essencial para as empresas que buscam atuar nos ambientes on e offline.
- Transformação digital: não é novidade para ninguém que a pandemia acelerou os processos de transformação digital das empresas. Entretanto, é preciso saber que a tecnologia é só um meio para que a transformação digital ocorra e ela deve ser implementada a partir da mudança de mindset dos gestores da organização.
A partir desses conceitos, é hora de conferir quais tendências de varejo continuarão relevantes para os próximos meses.
Competências corporativas
Se você acha que as competências corporativas ainda se resumem às habilidades técnicas, é melhor repensar. O futuro das empresas depende de profissionais, especialmente líderes, que consigam lidar com a transformação digital de forma estratégica e, mais ainda, contribuir com ela.
Por isso, Luppe pontua que algumas competências já estão no radar das organizações, como:
- Lifelong learning (ou a habilidade de aprender continuamente)
- Entendimento de que a única certeza é a incerteza (saiba mais sobre Gestão de Riscos aqui)
- Compartilhamento de conhecimento
- Adaptabilidade a novos modelos de trabalho, como o home office ou sistemas híbridos
- Comunicação para se conectar com outros colaboradores nesses novos modelos de trabalho
- Responsabilidade ambiental e social
- Boas práticas de governança
Revolução na cadeia de suprimentos
Mais do que atividades operacionais, o supply chain precisa se tornar parte do planejamento estratégico das empresas e ser considerado nas decisões de investimentos.
As tendências de varejo apontam para o uso de dados (de clientes e dos produtos) cada vez mais presentes na cadeia de suprimentos e, consequentemente, nos resultados.
A estratégia omnichannel (de canais integrados) acirrou a competitividade e a ideia de oferecer experiência incríveis passou a abranger, também, entregas rápidas (que estão ligadas à disponibilidade de produtos).
Novas concepções de PDV
Outro ponto que não é novidade, mas que precisa de atenção, é a mudança na jornada de compra e no relacionamento com o cliente. E é claro que as tendências de varejo também passam pelas lojas físicas.
Quem acha que o PDV (ponto de venda) perdeu força durante a pandemia por conta das orientações de distanciamento social e restrições de funcionamento, deve ficar de olho na movimentação social que ocorrerá depois da pandemia.
Além de um fenômeno chamado revenge buying, em que as pessoas passam a consumir mais para suprir um desejo reprimido ou para comemorar os sinais de “normalidade”, devemos considerar que os consumidores ficaram restritos a experiências online de compra e relacionamento com as marcas.
Algumas tendências são:
- Hubs logísticos: são os pontos de entrega ou retirada
- Hubs de serviços: são espaços com oferecimento de serviços
- Hubs de experiências: são as lojas que apostam, por exemplo, em jornadas sensoriais de compra, com interações humanizadas e personalizadas
- Digitalização: o PDV como uma extensão física do ambiente digital, com pagamentos facilitados, disponibilidade de produtos e captação de dados estratégicos
Semanalmente, as tendências de varejo e muitos outros assuntos são debatidos nas aulas do MBA em Varejo Físico e Online USP/Esalq. Inscreva-se e contribua em tempo real com os debates!