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Conheça o futuro dos aplicativos descentralizados

A tecnologia por trás das moedas virtuais e que vira e mexe a gente fala por aqui – isso mesmo, a blockchain – é mais revolucionária do que podemos imaginar. Graças à alta das criptomoedas (Bitcoin), estamos vivendo transformações não só no setor financeiro, mas também no desenvolvimento de aplicativos descentralizados, que são softwares baseados em blockchain.

Basicamente, esse mecanismo é capaz de validar transações e preservá-las a partir de um registro compartilhado de alta segurança. E falar de segurança online é um tópico de bastante interesse em um mundo tão conectado, concorda? Melhor ainda quando se trata de valores, afinal, quem investe tempo e dinheiro não gosta de correr riscos.

Mas neste texto vamos explicar melhor o que são os DApps (sigla para Decentralized Applications, ou Aplicativos Descentralizados na tradução), uma porta para quem deseja começar no mundo da blockchain.

O que são

Os DApps são aplicativos que utilizam a rede descentralizada peer-to-peer (p2p) da tecnologia blockchain, que já é um registro descentralizado de informações, possuindo código aberto e gerando recompensa aos usuários de acordo com a contribuição que ele faz na plataforma.

O registro de dados na blockchain é feito por mineradores, que são usuários responsáveis, entre outras coisas, por criptografar dados dentro da rede p2p. Por esse serviço, recebem criptomoedas, daí o porquê de serem chamados de mineradores de rede.

Mas não só as criptomoedas são ativos dentro da blockchain. Os contratos inteligentes (ou smart contracts) são descentralizados e realizados entre duas ou mais partes. Basicamente, é aquele “passo chato” em que se aceita as condições de termos e serviços, presentes em quase todos os aplicativos atualmente, sejam eles descentralizados ou não.

No caso dos aplicativos descentralizados, o estabelecimento e validação contratual é mais ágil e confiável, ainda que precise de autenticação, um ponto mínimo em meio a tantas burocracias que nos acostumamos a ver frequentemente.

Portanto, é certo afirmar que um DApp corre em uma rede governada por todos os seus participantes, e não por uma autoridade central – como é o caso da maioria dos aplicativos disponíveis atualmente.

De acordo com o site State of The DApps, já existem mais de 3,5 mil aplicativos descentralizados e em torno de 95 mil usuários conectados diariamente. Mais de 630 mil de contratos inteligentes são gerados por dia, com 2,3 milhões de transações e US$ 79,19 milhões circulando dentro dos DApps todos os dias.

Tipos de aplicativos descentralizados

Os DApps são identificados pelos seguintes aspectos descritos no documento The General Theory of Decentralized Applications, DApps:

  • Open Source: código aberto e operação livre, muitas vezes o código-fonte desses aplicativos está disponível para todos consultarem;
  • Incentivo: por ser baseada em blockchain, os nós da rede (usuários) são recompensados com tokens de acesso do próprio aplicativo pela sua contribuição;
  • Algoritmo de consenso: todas as transações e alterações precisam ser validadas em consenso (daí a importância do open source), então o sistema de incentivos também depende, em grande parte, do mecanismo de consenso implementado e os dados do aplicativo devem ser armazenados em uma blockchain pública.

Neste mesmo documento, os aplicativos descentralizados são classificados em tipo I, II e III. No tipo I, eles são como sistemas operacionais e possuem sua própria rede blockchain. Os do tipo II são produtos do tipo I, ou seja, são aplicativos desenvolvidos dentro de aplicativos descentralizados e geralmente têm uso mais genérico. Por fim, os do tipo III também são desenvolvidos em DApps do tipo I, mas costumam ser de uso mais específico.

O conceito de aplicativos descentralizados, por ser ainda muito recente, não possui uma definição clara no qual se encaixam todos os atributos de um DApp. Por isso que as características desses sistemas lembram muito a de criptomoedas, mas não é por menos. Já bastante conhecido, o próprio Bitcoin é um exemplo de aplicativo descentralizado, e é o primeiro de todos!

DApps serão vistos em todo lugar?

Apesar de todas as vantagens conhecidas da blockchain e do crescimento dos aplicativos descentralizados, ainda existem obstáculos para que eles se tornem mais populares e comuns no nosso dia a dia.

Primeiro que a criação de novos DApps enfrenta processos complexos de armazenamento de informações, manutenção do sistema e depuração. Junto a isso, não temos muitos usuários de tokens e navegadores baseados em blockchain, dificultando a atração de pessoas para o sucesso de um software.  

Outro desafio, ainda, é que, mesmo sem uma base clara de usuários, os criadores de aplicativos descentralizados precisam vender tokens de primeiro acesso aos serviços oferecidos.

Ainda assim, os DApps estão apresentando uma expansão significativa e os pesquisadores já apontam que os aplicativos que lidam com verificação de identidade e rastreamento das origens de produtos são os mais promissores desse meio.

Mas, desde já, saiba que esse tipo de aplicativo pode ser visto e oferecido em diferentes áreas, como:

  • Game e entretenimento;
  • Know your customer (estratégia para conhecer o consumidor e analisar o risco de suas escolhas);
  • Serviços de empréstimo e educação financeira;
  • Redes sociais descentralizadas;
  • Financiamento coletivo.

Muito em breve veremos a blockchain se tornando um hábito, e a ideia é que os aplicativos descentralizados se tornem parte do nosso tempo online assim como qualquer aplicativo, seja em computadores, smartphones e outros dispositivos inteligentes, como smartwatches.

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Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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