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Inteligência Emocional: a ferramenta para resolução de problemas

Não se engane. Inteligência Emocional não tem nada a ver com esconder sentimentos. Na verdade, o conceito de ser emocionalmente inteligente tem mais relação com identificar as emoções mais facilmente.

Criado nos anos 1960 pelo psicólogo Daniel Goleman, o termo Inteligência Emocional foi por muito tempo interpretado de forma errada. Em uma normatização do uso de redes sociais, se tornou ainda mais comum achar que ter IE significa ser feliz. Nas redes, estamos expostos a uma vida “fake”, o que gera uma obrigação de mostrar só coisas felizes.

“Sinto que a maioria das pessoas vive em uma realidade que prioriza as aparências. Mostrar que está feliz é mais importante do que buscar a felicidade. A maioria tem medo de mostrar seus reais sentimentos e de ser manipulado”, explica Rubens Borges, professor do MBA em Gestão de Negócios e estudioso da psicanálise.

Para ele, ao esconder os sentimentos, as pessoas armazenam a vontade de se manifestar. Por estar contida, ela pode se tornar frustração. Nesse momento aumentam as chances de surgirem doenças relacionadas ao físico e ao psicológico.

Manifestação

A Inteligência Emocional deve ser encarada como a forma de lidar com nossos sentimentos, mas não de os esconder. Segundo Borges, o ideal para que ela funcione é deixar os sentimentos fluírem, sem camuflagem. “Inteligência é quando sabemos administrar esses sentimentos de maneira que nossas condutas não causem estragos nos nossos relacionamentos”, pontua.

Assim como muitas habilidades, a IE não nasce conosco, mas pode ser desenvolvida. Para isso, são essenciais cinco dimensões citadas por Goleman em seus livros. São elas:

  • A autopercepção: para analisar as emoções e as ações que são feitas em resposta aos estímulos sociais e profissionais;
  • A autorregulação: como capacidade de controlar as próprias emoções, seu estado de espírito e bom humor;
  • A motivação: como habilidade de motivar a si mesmo a conseguir realizar o necessário para alcançar seus objetivos, independente das circunstâncias;
  • A empatia: para aprender a se colocar no lugar do outro, de reconhecer suas emoções e entender seu comportamento;
  • As aptidões sociais: para ter boas relações, guiando as emoções dos outros, além de ter a capacidade de relacionamento interpessoal e trabalho em equipe.

Resolução de problemas

O desenvolvimento da IE dentro de equipes gera um grande impacto nos resultados individuais e conjuntos. O professor conta que a partir da abertura para a prática da Inteligência Emocional, o profissional é levado a ser mais compreensivo com o próximo.

“Após reconhecer o que acontece com nossos sentimento e emoções, passamos a entender melhor as reações das outras pessoas”, comenta. “Um grupo apenas trabalha junto. Uma equipe atua em conjunto, superando inclusive as dificuldades comportamentais existentes nos indivíduos”, completa.

Nesse sentido, a habilidade emocional traz maiores resultados de performance em equipes. Para Borges, por estarmos na “Era da Inovação e da Cooperação”, as competências comportamentais serão cada vez mais valorizadas.

“A Inteligência Emocional está em destaque, pois é ela que vai ser a base para transformar os conflitos em oportunidades de desenvolvimento dos negócios.”

Inteligência Emocional e sociedade

A dimensão pessoal do ser humano precisa ser resgatada. A felicidade e a satisfação com base no consumo estão desajustando psicologicamente as pessoas, levando-as a conflitos pessoais cada vez maiores e mais difíceis de se resolver.

O professor observa que esse modo de viver conduz a um cenário altamente depressivo. Levando em conta a quantidade de informações, do ponto de vista noticioso, ele acredita que somos suscitados a gerar mais emoções negativas do que positivas.

“Todos queremos uma sociedade melhor, mas não sabemos como a construir. Vemos pessoas que estão se desestruturando por conta da intolerância e altas taxas de doenças mentais. Tenho certeza de que a Inteligência Emocional, praticada no âmbito pessoal, seria o caminho para resolver a maioria das depressões e dos conflitos”, afirma.

Além de auxiliar uma sociedade a lidar melhor com notícias negativas, a habilidade de interpretar as próprias emoções também pode levar a construção de novos tipos de relacionamentos, baseados na compreensão das condutas de outras pessoas.

“Se desejamos construir uma sociedade melhor, podemos começar desenvolvendo em nós uma Inteligência Emocional que seja positiva. Isto já é um grande passo para criar melhores ambientes de vivência”, finaliza Borges.

Você já conhecia o termo Inteligência Emocional? Conte pra gente como ela te ajudou a resolver um problema 😉

Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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