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Por que ter um repertório cultural enriquece o currículo?

Ir ao cinema, ouvir podcasts, baixar ou fazer playlists em plataformas de streaming, ir a espetáculos e demais apresentações artísticas. Todas essas ações são exemplos de consumo de cultura, responsáveis pelo repertório de cada indivíduo.

Construído a partir de experiências, influências e principalmente vivências, ele é único para cada pessoa. Desde que nascemos, passamos a ampliá-lo conforme adquirimos experiências ou nos são permitidas tê-las, como iniciar leituras, conhecer lugares, pessoas, conversar, se relacionar, assistir, ouvir, etc.

Já muito comum em entrevistas, as perguntas de caráter pessoal têm direcionado para a descoberta do repertório cultural dos candidatos. Muitos recrutadores desejam saber quais livros, filmes, séries e músicas os selecionados mais gostam.

A intenção do avaliador não é comparar as respostas entre os candidatos, já que isso nem mesmo faz parte dos critérios de seleção. O intuito principal é saber se o consumo de produtos culturais faz parte da vida dos entrevistados e se eles conseguem compartilhar isso de forma natural.

A cultura está ligada às vivências de uma pessoa. São elas que influenciarão nossa tomada de decisão frente a um problema. Ou seja, baseada em experiências passadas, a solução para dificuldades do dia a dia, inclusive as corporativas, podem ter rumos diferentes.

Hábitos

Cair na rotina afeta muito a forma como as pessoas desenvolvem seu repertório cultural. Estar preso ao ciclo trabalho-casa-trabalho retira todas as energias que alimentam a vontade de consumir cultura. Entretanto, por mais difícil que possa parecer, criar esse hábito é um investimento pessoal.

Um exemplo de comprometimento da vida por falta desse tipo de bagagem é a conversação. Ninguém gosta de puxar papo com uma pessoa chata, sem conteúdo, com poucas experiências para compartilhar ou sem uma visão diferente do mundo, pouco senso crítico, etc. Estar inerte quanto a qualquer coisa é estar automaticamente excluídos dos meios sociais.

Geralmente, tendemos a achar difícil dedicar tempo lendo, visitando exposições ou indo a peças teatrais. Comparado a um passeio no shopping, festa ou até mesmo dormir, essas atividades não parecem tão divertidas. Mas, para melhorar os relacionamentos pessoais e profissionais, elas são essenciais.

Entrando em contato com esse tipo de ocupação, novas experiências e informações são coletadas. Junto a isso, surgem novas ideias, histórias, pensamento crítico e ponto de vista. Uma grande diferença na hora de compartilhar ideias dentro de uma conversa, não? Portanto, o caminho mais fácil é achar aquilo que for mais agradável dentro das necessidades pessoais.

Criatividade em foco

Grande parte das ideias ditas como revolucionárias surgem baseadas em conceitos já existentes, só que vistos de formas diferentes. Naturalmente existem pessoas mais criativas, entretanto essa não é uma qualidade restrita e pode ser desenvolvida.

O processo criativo nada mais é que uma ideia inspirada por um contato anterior. Ou seja, o inventor se baseia na bagagem adquirida para inovar. E no universo profissional não poderia ser diferente, até mesmo para aqueles que não trabalham com criação constantemente.

Pensar em estratégias, modos de superar uma situação ou até mesmo um meio de otimizar o que já é feito são exemplos de ação criativa. As novas ideias aparecem conforme encontram espaço para crescer e são alimentadas por todo o repertório cultural unido ao conhecimento técnico.

Ainda há tempo

Jamais devemos pensar que é tarde demais para se desenvolver um bom repertório cultural. E para melhorar o processo de criatividade e inovação, dar espaço para atividades diferentes e arrumar tempo para descansar a cabeça é mais do que importante.

Quem está preso a uma mentalidade sistemática e acostumado a apenas executar tarefas precisa se livrar de algumas ideias. Por exemplo, pensar que um trabalho estritamente operacional, mesmo que produtivo, é a única maneira de ser um bom profissional.

Quando se fala em criação, esse “modus operandi”, na verdade, somente prejudica e limita nossa capacidade. É sempre bom pensar fora da caixa, unindo o trabalho com coisas que gostamos, mesmo que por pouco tempo, como ouvir uma música enquanto responde a um e-mail. Assim como em um filme, podemos determinar um pico de emoção (ou ação em uma tarefa) acompanhado por uma trilha sonora.

O conhecimento não tem fim

Além do ambiente de trabalho, existe algo chamado vida. É com ela que devemos nos conectar e importar quando deixamos a rotina corporativa. Nesse momento, vale consumir os mais variados tipos de conteúdo, para aumentar ainda mais o repertório cultural. O importante é deixar de lado preconceitos e testar de tudo um pouco.

Um dos princípios da construção de um rico repertório cultural é que todo tipo de informação merece atenção. Quando barramos algo por puro preconceito, corremos o risco de não receber conteúdos diferentes e interessantes, que serviriam para novos conceitos no futuro.

Start nas soft skills

Intensamente discutidas atualmente, as soft skills se constroem com um bom repertório cultural. São elas a nova exigência para o profissional do futuro, uma vez que essas habilidades se destacam no meio de tantas hard skills, que são habilidades adquiridas tecnicamente através do aprendizado em massa.

Atualmente, as quatro soft skills mais procuradas no meio profissional são:

  • Comunicação: capacidade de se comunicar com boa expressão e saber ouvir o que as pessoas dizem, com empatia;
  • Pensamento crítico: para qualquer situação, ele servirá para entender problemas e encontrar de forma mais correta as soluções;
  • Liderança: essa competência é indispensável e exige saber resolver problemas e conflitos entre pessoas e tomar decisões executivas;
  • Trabalho em equipe: lidar com pessoas será sempre uma necessidade, isso inclui a capacidade de negociar, reconhecer e apreciar a diversidade em uma equipe, além de saber aceitar feedbacks.

Gostou do tema? Quais são os conteúdos que você consome para aumentar seu repertório cultural? Conte nos comentários!

Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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