As vendas através do comércio eletrônico, também conhecido como e-commerce, vêm crescendo anualmente. Em 2016, o faturamento ultrapassou a casa de R$ 44 bilhões e, para este ano, a projeção é de que essa cifra chegue a R$ 49 bi, crescimento superior a 10%, segundo o levantamento Webshoppers, da empresa Ebit. Sim, os números são animadores, mas ter uma loja virtual não é sinônimo de sucesso. Alcançar bons resultados requer, como nas lojas físicas, muita dedicação, uma boa dose de investimento e de planejamento. Ações de marketing, construção de relacionamento com o consumidor e logística são fundamentais neste sentido, orienta o professor do MBA em Varejo e Mercado de Consumo USP/Esalq, Marcelo Victor Teixeira. “Em qualquer ambiente digital, seja um site ou uma página de vendas no Facebook, não há resultado do dia para a noite. O posicionamento demanda investimento constante”, afirma.
Conheça seu público-alvo
Essa é uma das primeiras perguntas que o empreendedor deve responder para traçar um plano estratégico de sucesso no e-commerce. Parece simples, mas nem sempre é – em geral, conhecer seu público-alvo efetivamente demanda tempo. “Vejo muitas empresas mantendo estratégias para um público que não é o dela.” Para saber em qual rede estar, que produtos divulgar e o que fazer para ter melhores resultados é preciso, antes de tudo, definir para quem você vende”.
Marketing eficiente
Crie conteúdos alinhados aos interesses do seu público e dos seus negócios, o que pode ser feito em um blog dentro do site de vendas, por exemplo. Conteúdos bem produzidos e que atendam às necessidades do público-alvo acabam atraindo novos e potenciais consumidores para seu e-commerce.
Construa relacionamento
Construa e mantenha fortalecido o relacionamento com os seus clientes. Neste sentido, as redes sociais auxiliam muito, diz Teixeira. “Uma marca que obtém sucesso em qualquer época do ano é aquela que investe o ano todo.” Isso quer dizer que, não adianta ter uma página no Facebook, por exemplo, e não falar com seu público, não responder às suas perguntas e não interagir com ele. “Esse trabalho é muito ‘braçal’. Muitas marcas têm presença digital, produzem conteúdos bacanas e dinâmicos, mas você olha os comentários nas redes sociais e eles não têm resposta. Isso não é construir relacionamento. A marca tem que cuidar do conteúdo e da interação com o seu público”.
Boa logística
De nada adianta ter uma boa atratividade de clientes, conseguir efetuar as vendas e não entregar os produtos de forma adequada. Demora na entrega está entre as principais queixas dos consumidores quanto ao e-commerce – foi a principal após a Black Friday de 2017 – e atrapalha a imagem de qualquer empresa. “Muitas vezes a logística não é pensada como estratégia, mas deveria”, diz Teixeira. Marcas que investem para atrair o consumidor, efetuam a venda, mas não entregam adequadamente o produto estão, de certa forma, sempre ‘pagando’ para vender – atraem, mas não retém o cliente.
Monitore resultados
Hoje há diversas ferramentas que mensuram resultados e elas devem ser utilizadas, lembra o professor. No Facebook por exemplo, é possível monitorar o alcance total das publicações feitas pela empresa, o envolvimento dos usuários, horários de visualização e perfil daqueles que se envolveram com alguma publicação da página. “O que é muito interessante no ambiente virtual é que tudo é monitorável, mas são raras as empresas que de fato analisam isso.” Através das ferramentas é possível entender melhor o perfil do público-alvo e propor ações para resultados ainda mais efetivos. E fuja do marketing da vaidade – que só considera quantidade e não qualidade como resultado. Ainda tem dúvidas sobre e-commerce? Confira o que saber antes de investir.