Os desafios da gestão de mudanças são parte do cotidiano de quem trabalha com gestão, seja qual for a área, uma vez que sua aplicação exige times unidos e motivados em prol de um objetivo estratégico.
Mas trabalhar com mudanças não é algo simples. “Primeiramente, é importante lembrar que todos nós, em algum momento de nossas vidas, iremos resistir a alguma mudança específica. E isto não quer dizer, em nenhuma hipótese, que somos inflexíveis ou temos dificuldades em nos adaptar a novos cenários”, comenta Denise de Moura, professora do MBA em Gestão de Projetos USP/Esalq, que nos ajuda a entender melhor os desafios da gestão de mudanças e como superá-los. Vem ver!
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Resistentes a mudanças
Mudanças geralmente nos levam para fora da nossa zona de conforto, principalmente porque costumam incluir hábitos que podem ser, em sua maioria, grandes desafios. E lidar com isso é algo mais difícil do que parece.
“Resistência à mudança é algo mais comum do que imaginamos, até porque somos seres humanos com medos, receios, crenças e modelos mentais que impactam nossos comportamentos perante uma mudança específica”, afirma a professora.
Assim, se você quer exercer uma boa gestão de mudanças em sua equipe, deve entender os principais motivos pelos quais as pessoas resistem às mudanças. Denise utiliza os estudos de dois autores e especialistas no assunto (Kotter e Schlesinger) para explicar de maneira detalhada. Confira!
Perda de algo de valor
A professora comenta que, em momentos de mudanças, de forma geral, as pessoas se concentram apenas em seus próprios interesses e deixam de lado os interesses da organização, apresentando comportamentos pessimistas e reativos. Neste sentido, é papel da liderança comunicar de forma clara e objetiva sobre o que é a mudança, mostrando às equipes o que elas podem ganhar, o que podem perder (caso não implementem) e por que a mudança é importante.
“É a fase de ‘Awareness’ do ADKAR. As pessoas precisam ter consciência sobre os impactos da mudança em suas atividades laborais e entender o que ela significa”, diz Denise.
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Incompreensão e falta de confiança
Mais um dos desafios da gestão de mudanças que assombra os gestores. Pessoas resistem a mudanças quando não entendem as reais implicações e percebem que, de alguma forma, o ganho não vale a pena. Infelizmente, muitas dessas pessoas criam suas próprias conclusões erradas por não sanarem suas dúvidas diretamente com seus superiores.
“Está com dúvidas? Pergunte! Se as lideranças perceberem que suas equipes não estão questionando, e sim apenas aceitando as mudanças (aceitar não é entender), elas devem organizar momentos de diálogos para tirar dúvidas, montar um padrão de procedimentos ou um manual de ‘perguntas e respostas’, assim como trabalhar na capacitação. Estas ações podem ajudar na etapa de ‘Desire’ do ADKAR: o engajamento sobre a mudança irá aumentar quando as pessoas tiverem clareza do seu papel neste processo”, discorre Denise.
Novas competências
Conhece a síndrome do impostor? É comum as pessoas temerem ser incapazes de desenvolver novas habilidades e comportamentos exigidos no processo de mudança. Neste sentido, é fundamental que a liderança deixe claro quais novas competências ou habilidades serão necessárias e, claro, que tenha empatia com as dificuldades existentes na equipe. Cada pessoa tem um tempo específico de adaptação e é importante compreender suas dificuldades no decorrer de um novo processo.
“Este ponto pode facilitar a etapa de ‘knowledge’ do ADKAR, mas, como o próprio autor Jeff Hiatt menciona, muitas vezes os investimentos em treinamento não são efetivos porque a consciência e o desejo não foram construídos anteriormente – por isso o ADKAR é sequencial. Para preparar as pessoas ao aprendizado, elas precisam estar motivadas e compreenderem a importância da mudança em suas vidas – assim os treinamentos serão efetivos, pois todos estarão abertos a receber novos conhecimentos”, explica Denise.
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Novos hábitos
Como já falamos, a mudança traz novos hábitos comportamentais que geram ansiedade e fazem com que as pessoas saiam da rotina e da rota “segura”. Neste sentido, para ajudá-las na mudança, é fundamental colocar os novos aprendizados em prática. Somente com a prática diária o aprendizado e a segurança serão uma realidade na equipe.
Além disso, é preciso ter atenção sobre possíveis erros que surgirem, utilizando-os como oportunidade para investir em aprendizagem, e não como punição. A professora explica:
“Se as pessoas forem punidas por errarem, vão preferir retornar à forma como faziam antes. Também é importante reconhecer e dar feedbacks positivos quando elas estiverem se adaptando bem às mudanças. Estes processos facilitam as etapas de ‘ability’ e de ‘reinforcement’ do ADKAR, pois, na prática, é mais fácil ver o progresso acontecendo e um feedback positivo de reforço pode contribuir.”
“É sempre bom lembrar que as pessoas vão resistir mais às mudanças se perceberem que estão perdendo controle sobre seus processos. Todas estas ações mencionadas podem ajudar na gestão de mudanças”, finaliza Denise.
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