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O tempo é diferente para todos no mundo VUCA. O seu também.

Estamos sentindo o tempo passar cada vez mais rápido. Tecnologia, competitividade, conexões realizadas na era denominada “cloud” e acontecimentos mundiais estão mostrando como nunca como é desafiador viver no mundo VUCA.

Embora o conceito VUCA tenha surgido para descrever um cenário de disputa, ele não é estranho nas rotinas mais atuais. Basta decifrar o acrônimo com palavras da língua inglesa para entender: Volatility, Uncertainty, Complexity and Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade).

O VUCA mostra que as mudanças impostas pela tecnologia alteram nossa percepção sobre cada aspecto da vida, inclusive a relação com informações e novos conhecimentos. Acrescente a isso uma crise de saúde mundial, como a que estamos vivendo neste momento, e um questionamento surge: Como lidar com os quatro pontos do mundo VUCA diante de situações tão confusas?

Tempo sem freios

Com trabalho remoto ou não, nossa percepção de tempo mudou. Ele parece cada vez menor e a analogia de tentar segurar um punhado de areia que escapa entre os dedos nunca fez tanto sentido.

Neste caso, o tempo e a contagem de horas no mundo VUCA não se alteraram por nenhum fenômeno científico que não seja algo parecido com a Teoria da Relatividade (o tempo passa igual para todos, mas parece diferente dependendo do observador).

O que explica melhor essa correria são as próprias rotinas, que possuem diversas atividades e nem sempre são organizadas o suficiente – afinal, as coisas mudam. Portanto, a divisão de tempo para trabalho, tarefas domésticas, lazer e cuidados pessoais acaba ficando incrivelmente apertada.

Além desse fator, algumas pessoas estão lidando com a rotina de familiares, como no caso de pais com crianças em casa ou famílias que passaram a dividir tarefas que antes eram feitas durante a semana e apenas por um membro, como limpeza, compras de supermercado entre outras.

Embora a tecnologia ajude a otimizar nosso dia por trazer quase tudo na palma da mão e instantaneamente, a ansiedade de aproveitar cada minuto e ser produtivo até pouco antes de dormir também aumentou. Dependendo da situação, muita energia é desperdiçada em uma única tarefa.

Dominando o VUCA

Não existe uma fórmula eficaz para aumentar o tempo ou frear as transformações do VUCA. No entanto, a partir do momento que se entende seus detalhes, é possível lidar com cada uma das características desse mundo e melhorar a relação com a rotina.

Por aqui, já falamos sobre habilidades transversais, sociais e emocionais, portanto, ter e desenvolver diariamente a resiliência, comunicação, adaptabilidade, inteligência emocional e empatia, por exemplo, são importantes nesse cenário, ainda mais com o afastamento físico entre as pessoas.

Lançar mão dessas estratégias não significa conseguir prever certos acontecimentos, mas prepara nossos sentidos para sobreviver ao mundo VUCA de hoje e do futuro. Veja como isso acontece com cada característica:

Volatilidade: um panorama mutável pode até tirar o nosso fôlego com tantas transformações rápidas. Encontrar propósitos, mesmo que diários e aparentemente pequenos, é uma forma de dar sentido à rotina e criar compromisso com ela.

Incerteza: é a principal causa da angústia pessoal, pois nos sentimos mal diante da imprevisibilidade. Ter visão e planejamento, incluindo na conta as possibilidades de desvio total dos planos, pode trazer um pouco mais de calma. Nesse ponto é importante entender e agir durante o agora, para não criar expectativas irreais do futuro.

Complexidade: informações em grande escala vinda de todos os lugares criam uma rede preocupante. É por isso que o momento pede reflexão, principalmente para a tomada de decisões.

Ambiguidade: lembra da comunicação? Para o mundo, sempre foi difícil falar a mesma língua (e isso não tem a ver com idioma). Boa comunicação é importante para lidar com situações equívocas por meio de interpretações e troca de conhecimento.

Vida e trabalho

Notou que os pontos anteriores podem se encaixar em situações do trabalho e da vida pessoal? Nesse momento, os dois pontos estão misturados como nunca e a relação de tarefas profissionais está redistribuída entre nossas urgências pessoais.

Diante do mundo VUCA, é normal que uma pessoa se sinta pressionada a ter respostas imediatas a problemas complexos ou tomar decisões ágeis. Isso significa pensar em uma estratégia durante o café da manhã ou no planejamento mensal de um projeto enquanto assiste a algum filme no fim de semana. Separar a vida pessoal da profissional está cada vez mais difícil.

Sem falar que, além disso, o tempo usado para trabalhar nunca parece ser suficiente. Diante do VUCA, parece impossível fugir desses efeitos. E, na verdade, é mesmo. Mas ao mesmo tempo é possível minimizar a maior parte dos seus resultados negativos.

Além das estratégias para lidar com cada característica desse mundo, identificar os momentos em que ocorrem o VUCA em nosso dia traz consciência sobre o que é preciso para agir, um pouco de cada vez, dentro dos limites pessoais.

Falando sobre futuro

A imprevisibilidade não é só uma característica do VUCA como também do futuro. As mudanças podem acontecer mais rápido do que realmente conseguimos acompanhar e chegam com efeitos sob nossas emoções e planos.

Ninguém deseja tomar uma decisão em relação a vida sem ter ao menos o mínimo de clareza, da mesma forma que planejar o futuro parece cada vez mais impossível.

As marcas também passam pelo mesmo processo e enfrentam desafios para acompanhar as inovações sem perder a essência do negócio. Até mesmo as mais consolidadas se preparam para adaptações e, dessa forma, continuar operando no mercado mesmo com tempo para adaptação cada vez menor.

Como você lida com o mundo VUCA? Deixe nos comentários sua visão sobre essas transformações e compartilhe seu relato com outros leitores ?

Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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