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Feijão ameaçado? Saiba como o Brasil luta contra o vírus que afeta a produção

Maior produtor e consumidor de feijão no mundo, o Brasil enfrenta uma batalha contra o vírus do Mosaico Dourado, transmitido pela mosca branca. A praga tem causado prejuízos enormes ao produtor de feijão há muitos anos. A boa notícia é que os centros de pesquisa estão desenvolvendo plantas de feijão resistentes ao vírus. Segundo o engenheiro agrônomo e consultor Hélio Orides Dal Bello, no ano passado o Iapar (Instituto Agronômico do Paraná) lançou a cultivar IPR Celeiro, de feijão carioca. Resultado de mais de 40 anos de pesquisas, a nova variedade pode ser considerada um marco na história de conquistas do Instituto por sua tolerância ao mosaico dourado. Com essa tecnologia, as plantas podem ser infectadas pelo vírus, porém, reagem com sintomas fracos, com danos reduzidos. Outro avanço é o feijão RMD (transgênico resistente à doença mosaico dourado), desenvolvido pela Embrapa, que em breve deve estar no mercado. A instituição já possui uma cultivar de feijão com a tecnologia RMD, registrada no final do ano passado no Ministério da Agricultura e que obteve registro na CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). “A história do feijão vai mudar após o lançamento destas cultivares resistentes ao Mosaico Dourado e Carla vírus. Ou seja, teremos mais oferta de produção de feijão”, afirma Dal Bello. Enquanto as novas tecnologias não chegam ao campo, algumas ações podem ser tomadas no controle da praga. Dal Bell lista ações de controle da praga no campo. Ele é um dos palestrantes do XIV Simpósio da Cultura do Feijão, realizado pelo Pecege, que acontece em março, em Piracicaba (SP).

  • *Vazio sanitário. Fundamental, obrigatório, não abrir mão dessa ferramenta;
  • Em média a alta pressão, suspender o plantio. Pode produzir pouco e de baixa qualidade;
  • Tratamento de sementes, sempre independente de presença/ausência;
  • No planejamento de baixa pressão, se possível, colocar barreira física, exemplo: milho, ao lado do feijão e deslocar a soja/algodão para os talhões não vizinhos do feijão;
  • Respeitar as correntes de vento iniciando o plantio contra o sentido do vento;
  • Presença ou ausência da mosca branca, pulverizar com baixa vazão, gotas menores, maior eficiência;
  • Bordadura (aplicar) na entrada da mosca, manhã, tarde, 1 tiro de canhão;
  • Uso de químicos e biológicos em conjunto.

O simpósio trará esse tema e outros relacionados ao manejo do feijoeiro, principais limitações da cultura, proposição de sistemas sustentáveis e lucrativos de produção e inovações tecnológicas disponíveis para a próxima safra. As inscrições para o evento podem ser feitas aqui. *Vazio sanitário é um período que não é permitido ter plantas de feijão vivas que sejam plantadas ou plantas que nasceram voluntariamente no pós colheita do feijão. No noroeste de MG, DF e norte de GO, o vazio sanitário é de 20/09 a 20/10 e sul de GO é de 05/09 a 05/10.

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