A cada dia, mais processos do nosso cotidiano deixam de ser realizados em meio analógicos para serem executados digitalmente. Essa mudança tem afetado todos os setores de nossa sociedade, com efeitos econômicos imensuráveis. Um exemplo claro disso é o setor de finanças digitais, um dos setores que mais cresce atualmente.
Desde a fundação dos primeiros bancos, ainda na Idade Média, o dinheiro que utilizamos deixou de ser apenas uma moeda ou cédula física e se tornou também um crédito abstrato. Ainda mais com a invenção do cartão de crédito e outros pagamentos eletrônicos, que aumentaram a velocidade desse processo e, hoje, a maior parte do dinheiro que circula diariamente não existe fisicamente, são apenas números em sistemas digitais.
A digitalização do dinheiro e, principalmente, de seus processos de transferência já mudou drasticamente a forma como fazemos negócios no século XXI. A tendência para os próximos anos é de que a dependência da população em finanças digitais aumente ainda mais, com diversos países já desenvolvendo suas próprias moedas digitais.
Mas em um mundo cada vez mais digitalizado, o que exatamente são finanças digitais? Quem responde essa e outras perguntas sobre o assunto é Jaziel Lima, professor do MBA em Finanças e Controladoria USP/Esalq, que explica o conceito de finanças digitais e a importância que esse setor tem na economia e na sociedade. Confira!
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Finanças digitais
Para explicar o que são finanças digitais, Lima cita o conceito utilizado pela União Europeia: “finanças digitais é o termo usado para descrever o impacto das novas tecnologias no setor de serviços financeiros. Inclui uma variedade de produtos, aplicativos, processos e modelos de negócios que transformaram a forma tradicional de prestação de serviços bancários e financeiros”.
“Como o seu conceito envolve tudo (bancos, empresas e pessoas), finanças digitais são tudo que se transaciona digitalmente. Existem, atualmente, um bilhão e meio de pessoas adultas desbancarizadas no mundo, que não usam finanças digitais de qualquer modo”, comenta o professor.
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A importância da digitalização
Lima explica que, “segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), as finanças digitais irão impulsionar um desenvolvimento sustentável e, assim, mudar a forma como as pessoas lidam com suas finanças, relações comerciais, entre outras, tudo isso cada vez mais de maneira digital. Isso engloba inclusão financeira por meio de bancos digitais, além de descentralização, cripto ativos entre outros”.
Para ele, um dos assuntos mais relevantes na esfera das finanças digitais hoje é o dos desbancarizados. Mundialmente, 35% da população, ou seja, 1,4 bilhões de adultos não possuem conta em qualquer tipo de banco. No Brasil, eles são 34% da população adulta, o que é igual a cerca de 34 milhões de brasileiros.
“Há um processo que vai contra os desbancarizados, para ajudá-los a se integrar nesse processo. A importância desse setor é trazer para a economia global uma parte da população que vive apenas com o básico”, explica Lima. Com as finanças digitais temos um movimento que vai de encontro deste público, com fintechs que possibilitam:
- Contas a custo zero;
- Contas para pessoas que são devedoras no mercado;
- Exploração do mercado de microcréditos, ou seja, pessoas emprestando para pessoas (L2L – Lending to Lending);
- Utilização de moedas descentralizadas (não padrões), como é o caso das criptomoedas (por exemplo, Bitcoin e Etherium).
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Futuro das finanças
De acordo com o professor, o setor de finanças digitais ainda será muito impactado com o crescimento e a exploração de tecnologias que já estão em desenvolvimento atualmente. Entre as tecnologias que serão os principais agentes de mudança em um futuro próximo, ele cita:
- Metaverso
- Realidade Aumentada
- Inteligência Artifical (IA)
- Supercomputadores
- Big Data
O uso de análises de Big Data, aliado ao desenvolvimento de IAs mais complexas e supercomputadores mais acessíveis, será importante para a criação de redes neurais dedicadas à inteligência de decisão. Bancos também terão um produto muito valioso para ser vendido para empresas, que podem usar esses dados para decidir o lançamento e encerramento de produtos, além de outras questões estratégicas. “Os usos são quase ilimitados”, comenta o professor.
Outra tendência possibilitada pelas finanças digitais é a chamada economia de compartilhamento em que, pelos serviços digitais, fazemos o compartilhamento de veículos e moradia. “As grandes mudanças chegam invisíveis. Já vivemos em uma economia de compartilhamento, com aplicativos como Uber e AirBnB, mas é muito difícil para pessoas desbancarizadas fazerem parte disso”, finaliza Lima.
Entendeu o que é finanças digitais e por que este é um conceito tão importante para economia mundial e a inclusão social? Se você quer aprender mais sobre este e muitos outros assunto relacionados a finanças, conheça o MBA em Finanças e Controladoria USP/Esalq!
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