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Conheça os objetivos da Gestão de Pessoas

Quem deseja fortalecer o capital humano dentro da empresa entende perfeitamente a necessidade de investir na gestão de pessoas. Ao reunir habilidades, métodos e políticas de gerenciamento, esse departamento procura capacitar, envolver e desenvolver os funcionários. Por excelência, ele também humaniza os processos organizacionais.

Grande parte dos objetivos desta área estão voltados para a formação dos colaboradores, sempre pensando no crescimento individual e da organização. Também conhecida como Administração de Recursos Humanos, a gestão de pessoas coloca em prática os mecanismos de valorização da força humana.

Os objetivos da gestão de pessoas também podem ser resumidos na sigla ARM (braço em inglês). A = atrair, R = reter e M = motivar talentos.

“O braço simboliza o esforço para alcançar, trazer para dentro e cultivar as melhores pessoas, esforço alinhado com a estratégia do capital humano. Segundo essa estratégia, o recurso mais importante das organizações são as pessoas – não a tecnologia, nem os recursos materiais”, explica Antonio Cesar Amaru, professor dos MBAs USP/Esalq nas áreas de administração de projetos, recursos humanos e administração geral.  

Mas além dos objetivos gerais, a gestão de pessoas possui metas específicas que fazem parte das ações destinadas à empresa. Apresentamos elas a seguir.

Motivação dos colaboradores

Motivação para o trabalho é diferente de satisfação com as condições de trabalho. As condições (ambiente físico, salário, colegas) proporcionam apenas satisfação. “O desempenho das pessoas depende muito mais da sintonia entre a pessoa e o trabalho, desafio, tomada de decisões, oportunidades de crescimento, sentido de realização”, comenta Amaru.

Por isso os fatores motivacionais não funcionam sozinhos. É necessário manter os níveis de satisfação para que as pessoas sintam segurança, colaboração e bom tratamento. “As empresas devem procurar oferecer fatores motivacionais para impulsionar o desempenho, sem esquecer os fatores de satisfação para que as pessoas se sintam em um ambiente saudável.”

Treinamento e desenvolvimento

Atividades de treinamento e desenvolvimento (T&D) devem ser cuidadosamente planejadas e gerenciadas pela gestão de pessoas. As empresas devem usar as ferramentas da gestão de projetos e mirar em três focos: objetivos instrucionais, atividades instrucionais e avaliação.

Acima das atividades operacionais está a gestão estratégica de T&D, orientada para a escolha dos projetos e programas que viabilizam a estratégia e a competitividade organizacional sustentável. Em uma era de constante evolução tecnológica, é importante que as organizações se atualizem por meio da capacitação contínua de seus colaboradores.

Vantagem competitiva

Na gestão de pessoas, isso é sinônimo de capital humano. “O modelo do capital humano tem por princípio a estratégia corporativa da visão baseada em recursos (RBV, resource based view). De acordo com este modelo, é o conjunto organizado dos recursos que singulariza a empresa e fornece a vantagem competitiva sustentável”, observa Amaru.

Dentro da perspectiva da RBV se defende a ideia de que a vantagem competitiva deriva do conhecimento e da capacidade de renová-lo. Isso é mais importante num contexto de incerteza, de evolução rápida da tecnologia e das condições da concorrência, em que os outros modelos de estratégia não funcionam bem.

Qualidade de vida no trabalho (QVT)

A QVT vai além da satisfação e da motivação. Ela envolve três dimensões, sintetizadas na palavra biopsicossocial. Significa que a qualidade de vida no trabalho é função das relações humanas, da saúde física e do estado psicológico, pressupondo o equilíbrio entre a vida familiar e a profissional por meio de oito critérios:

  1. Compensação justa e adequada
  2. Segurança e saúde nas condições de trabalho
  3. Oportunidade imediata para utilização e desenvolvimento das capacidades humanas 
  4. Possibilidades de promoção, aquisição de novas habilidades e segurança no emprego
  5. Integração social na organização
  6. Liberdade de expressão, equidade, privacidade e direito de recurso
  7. Equilíbrio entre o trabalho e a vida privada
  8. Relevância social do trabalho (reputação, imagem e práticas corporativas da organização) 

Sobre todos esses fatores de avaliação, a gestão de pessoas deve procurar atuar, não apenas pensando no desempenho das pessoas no trabalho, mas também na dimensão ética.

Gerenciamento de mudanças

Dentro do escopo da gestão de pessoas, além dos processos básicos, estão os projetos de gerenciamento de mudanças, chamados de desenvolvimento organizacional (DO). Os métodos de DO sustentam-se sobre bases fortemente comportamentais, compreendendo, principalmente em:

  • Participação das pessoas na identificação da necessidade e da natureza da mudança, planejamento da solução, implantação e acompanhamento da mudança.
  • Educação e aprendizagem como pré-requisito para envolver as pessoas, não se tratando apenas de envolver ou consultar, mas engajá-las, expandindo sua base de conhecimentos e ferramentas para que possam conduzir a mudança ativamente.
  • Aumento da base de conhecimentos da organização, além das pessoas envolvidas nos projetos de mudança. Gestão do conhecimento e mudança planejada são conceitos inter-relacionados.

Comunicação eficiente

A qualidade do processo de comunicação depende da qualidade das relações interpessoais nas empresas. Por isso, se as pessoas de uma organização se comunicam de forma eficaz, os processos organizacionais de comunicação tendem a ser eficazes também.

Assegurar a eficiência na comunicação deve ser um dos objetivos da gestão de pessoas. Isso se alcança por meio de programas de capacitação nos quais as pessoas entendam todas as dimensões da comunicação – papel de ouvinte e receptor, domínio da linguagem falada, escrita e visual, capacidade de usar recursos tecnológicos etc.

Trabalho em equipe

“Os principais processos da gestão de uma equipe envolvem sua formação, organização e animação. Toda equipe tem um líder, formal ou informal, responsável pela gestão desses processos. A liderança do trabalho da equipe é uma competência essencial em todas as organizações”, ressalta Amaru.

O professor acrescenta que as tecnologias tornaram desnecessária a proximidade física e temporal para o trabalho de equipe. “Podemos formar uma equipe com pessoas que, praticamente, nunca se veem, trabalham em lugares totalmente diferentes, não precisam de escritório nem de viagens frequentes e, se falam idiomas diferentes, comunicam-se em inglês.”

Ética

A ética se ocupa das ações morais do ser humano. Por meio de um enfoque normativo, ela examina como as coisas deveriam ser e como as pessoas deveriam agir, em relação a si mesmas e em relação aos outros.

Muitas decisões que as organizações devem tomar todos os dias são afetadas por questões éticas. Liderança, motivação, planejamento de carreira, movimentação de pessoal e conduta profissional são assuntos que envolvem a ética. Então, é responsabilidade da gestão de pessoas assegurar que essas perguntas tenham respostas satisfatórias para todos os envolvidos.

•         Quais obrigações e direitos as pessoas têm como seres humanos e trabalhadores?

•         Quais as obrigações em relação aos empregadores, funcionários e colegas?

•         Que normas de conduta devem orientar as decisões que envolvem ou afetam outras pessoas?

Caso você queira se aprofundar mais no assunto, te convidamos a conhecer o novo MBA em Gestão de Pessoas da USP/Esalq.

Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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