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Por que queremos ser coletivos, mas não renunciamos aos interesses individuais?

É tão comum nos deparamos no dia a dia com campanhas publicitárias, discursos de autoridades, diretores ou mesmo colegas de trabalho em prol do bem comum. Vamos ajudar pessoas que estão passando por dificuldades, vamos proteger nosso “meio” ambiente, vamos participar de uma ação voluntária, vamos …. vamos … e assim vai. Mas, na verdade, grande parte destes pensamentos altruístas não saem do campo das ideias/pensamentos e, pior ainda, as ações realizadas são contrárias ao discurso ou, quando realizadas, têm um caráter mais de “marketing” pessoal do que a favor da causa em si.

O ponto que quero trazer para a discussão é a dualidade entre o coletivismo e o individualismo. Quando consideramos que o indivíduo deve capacitar-se cada vez mais na intenção de buscar o desenvolvimento profissional e, consequentemente, grandes realizações, o individualismo deverá sobressair sobre o coletivismo. Ele é fruto da competição do mercado capitalista, no qual estamos inseridos. Por outro lado, quando seguimos na linha de que somos animais que vivem em sociedade, ainda que menos organizada que uma colmeia de abelhas, o nosso senso de coletividade deveria desenvolver-se mais.

Embora a discussão transcenda na área da sociologia, podemos fazer um paradoxo com o nosso mundo corporativo. Dentro das empresas ouvimos muitas discussões para ações colaborativas, no entanto, quando vamos refinando para chegarmos nas decisões, poucas são as pessoas que desistem de sair da zona de conforto para praticar atitudes coletivas. Um exemplo simples é sobre agendar um dia na semana para jogar futebol entre os colegas do trabalho.

Recentemente identificamos vários colegas de empresa que gostam de bater uma bola, então trocamos mensagens pelo WhatsApp e ficou decido que montaríamos um time para jogar. A grande questão foi: qual o dia/horário? Como apenas 2 ou 3 colegas propuseram a pensar coletivamente para chegarmos a um consenso sobre o melhor horário, a atividade física mais recomendada acabou sendo a corrida de rua (praticada individualmente).

O que podemos levar de lição para nossas atividades diárias:

1) para termos sucesso nas negociações, é necessário cedermos um pouco;

2) praticarmos a empatia/rapport aumenta as chances de atingirmos nossos objetivos;

3) a importância do bom relacionamento para conhecimento do indivíduo que esta do outro lado da linha. Assim, criar conexões para um maior e melhor entendimento das partes interessadas em uma negociação, torna-se fundamental.

O interesse individual ou coletivo sobressairá a depender do propósito em discussão, dos indivíduos envolvidos, das circunstâncias, entre outros fatores. No entanto, haverá alguns pontos que sempre serão necessários: criar uma boa conexão com o outro indivíduo e se colocar no lugar de quem está do lado de lá da mesa, seja para decidir o melhor dia do futebol ou mesmo para fechar grandes contratos no mundo corporativo.

Glauber dos Santos é formado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), com pós-graduação pela Esalq/USP. Possui experiência no desenvolvimento de treinamentos corporativos in company e atua com Customer Sucess propondo soluções para levar os resultados que os clientes esperam em seu negócio.

Autor (a)

Ana Rízia Caldeira
Ana Rízia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. Não por menos, entrei para o jornalismo. E além de trazer conteúdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro Você no Camarim.

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