Crescem no Brasil adeptos da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABL). Considerada uma estratĆ©gia pedagĆ³gica inovadora ā adotada em paĆses como CanadĆ” e Holanda ā a ABL apresenta aos estudantes situaƧƵes reais. O aluno passa a desempenhar um papel ativo em sala de aula, e o professor torna-se um mediador.
De acordo com o professor do MBA em GestĆ£o Escolar USP/Esalq, Ulisses AraĆŗjo, estudos reforƧam que Ć© preciso inverter o atual processo de aprendizagem. āA educaĆ§Ć£o precisa parar de estar centrada na transmissĆ£o e, sim, focar na aprendizagem do aluno. Mas para que esse aluno seja protagonista do processo, ele precisa ter papel ativoā, afirma.
O maior questionamento dos professores Ć© como tornar esse aluno ativo em um cenĆ”rio de diversidade cultural e intelectual. āMetodologia ativa Ć© a saĆda. Ć preciso utilizar a diversidade como matĆ©ria-prima para material pedagĆ³gico. Hoje a diversidade Ć© vista como problema. Existe pressĆ£o para uniformizar/ padronizar os alunos. Mas pesquisas mostram que se eu coloco pessoas diferentes para trabalhar um mesmo tema, a probabilidade de que um vai aprender com outro Ć© enormeā, diz.
Em sala de aula, os alunos devem ser divididos em grupos misturados, ou seja, sem divisĆ£o de melhores ou piores. Desta forma, a participaĆ§Ć£o de cada aluno torna-se essencial, incentivando o trabalho em grupo e a comunicaĆ§Ć£o. E o que eles vĆ£o discutir? Problemas.
āNa ABP, a boa pergunta Ć© aquela que permite tambĆ©m ao professor aprender com os alunos. Professor nĆ£o Ć© mais aquele que ensina, ele tambĆ©m aprende. Com o envolvimento dos alunos, o professor passa a conhecer a realidade local e introduz o conhecimento de matemĆ”tica, fĆsica, portuguĆŖs dentro da realidade do alunoā, diz.
Ć preciso lembrar que a mudanƧa do papel de professor e aluno em sala de aula depende da reinvenĆ§Ć£o da escola. āPodemos continuar trabalhando entre quatro paredes, mas podemos explorar novas tecnologias. O conhecimento nĆ£o estĆ” sĆ³ no professor, nem na biblioteca. Ele estĆ” na internet, no celular, no colega…o acesso estĆ” disseminado, nĆ£o estĆ” mais concentrado em poucos canaisā, afirma.
Para AraĆŗjo, a metodologia ativa Ć© a resposta para os dilemas que as escolas tĆŖm hoje, entre eles, como melhorar a qualidade na educaĆ§Ć£o e ao mesmo tempo manter o trabalho com currĆculo.
āNĆ£o abrimos mĆ£o do conhecimento cientĆfico das disciplinas. Mas, muda-se o papel do professor, porque atualmente vivemos em uma sociedade de construĆ§Ć£o, colaboraĆ§Ć£o, o que faz com que seja necessĆ”rio focar em metodologias ativas na escolaā.
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