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VocĂȘ sabe o momento certo de adotar o compliance?

Contenção orçamentĂĄria, interação entre agentes pĂșblicos e privados, restriçÔes para realizar negĂłcios e um novo conjuntos de normas para disciplinar açÔes tĂȘm feito parte da rotina de governança e compliance em vĂĄrias empresas. A necessidade de manter essas boas prĂĄticas aumentou desde o inĂ­cio da pandemia e tem se fortalecido Ă  medida em que as empresas trabalham para se manter no mercado.

Mas para falar de compliance, Ă© preciso entender que o conceito estĂĄ focado em conformidade. Segundo Glades Chuery, fundadora da Potencial Compliance Brasil, a palavra traduzida do inglĂȘs (to comply) tem exatamente o sentido de se estar de acordo com regras.

“Sabemos que, no ambiente corporativo, o compliance serve como um programa de integridade. EntĂŁo a importĂąncia disso nada mais Ă© do que todos estarem de acordo com normas, internas e externas, impulsionando a empresa a assumir um papel central de mudança de cultura”, explica.

Existem vårios elementos que apontam a importùncia de se aplicar o compliance. Um deles é a proteção de marcas contra acontecimentos negativos, como corrupção e lavagem de dinheiro.

Agora, mais do que nunca, esse tema tomou maiores proporçÔes, inclusive quando as empresas desejam se comunicar e fazer novos negĂłcios. “A importĂąncia disso começa pela prevenção. Adicionalmente, o negĂłcio consegue conversar com o mundo e isso Ă© extremamente relevante para a sua comunicação e posicionamento como marca”, Glades lembra. 

Adaptação

Existem algumas visÔes que marcam o compliance para empresas que ainda não possuem esse tipo de normas. A primeira, comenta Glades, é de que a adoção dessas normas vai engessar o negócio.

A segunda visĂŁo Ă© de que esse pode ser um processo muito caro para fazer em uma empresa de pequeno e mĂ©dio porte. Por fim, muitos dirigentes ainda acham que o compliance Ă© destinado apenas para a administração pĂșblica.   

“Embora esses elementos possam ser verdade em alguns casos, temos uma infinidade de temas dentro da ĂĄrea de compliance, em especial um pilar que Ă© muito requisitado dentro do programa, que Ă© a parte de treinamentos e comunicação.”

Ao explorar todos os pilares, Glades ressalta que a comunicação mostra mais relevùncia por promover o que a empresa espera com relação a conformidade de gestores, colaboradores, terceiros e parceiros comerciais.

No entanto, não existe apenas um jeito de se fazer compliance. “Cada empresa tem uma característica, uma missão e valores. Então usamos a ferramenta de inovação do storytelling para que a empresa consiga criar a própria história”, explica.

Glades também observa que ferramentas adaptadas estão promovendo inovação para as demandas mais particulares, inclusive quando o assunto é engajamento dos funcionårios com apresentaçÔes que fujam de um simples powerpoint.

“Dessa forma o compliance se torna algo natural e não apenas uma regra a ser cumprida. Uma vez que a empresa adota trilhar pelos caminhos da integridade, não há volta, e diante de um problema do tipo, o colaborador pode se lembrar de tudo que aprendeu para saber como agir”, reforça.

Mudança de opinião

Para grandes organizaçÔes, compliance é algo que estå na veia dos funcionårios. Jå em médias e pequenas empresas, que ainda estão engatinhando nesse processo, acredita-se que sua adesão é muito cara ou desnecessåria para o seu porte.

Apesar dessa observação, Glades acredita que as barreiras estão sendo quebradas aos poucos. Com a transformação digital dentro do contexto de pandemia e pessoas vivendo mais em casa, as companhias estão enxergando o quanto é importante ter a conformidade a favor delas.

“Sem isso nĂŁo Ă© possĂ­vel trabalhar, vender e assim por diante. Neste momento, vale buscar por alternativas que incluam essa mentalidade nas rotinas de todos, justamente pelo compliance ser um diferencial competitivo e atĂ© mesmo classificatĂłrio da empresa”, comenta.

Glades recorda ainda que o ideal do compliance Ă© a melhora constante, como plataformas de open source, em que todas as pessoas podem ajudar a editar um programa cada vez mais desenvolvido. “Conforme se recebem resultados e respostas, e graças a tecnologia, o processo tem ficado mais possĂ­vel e simples para esse tipo de empresa.”

Por onde começar

Ao adotar um programa de governança e compliance, Ă© importante mudar primeiro o mindset do CEO ou do fundador da empresa, e o que Glades chama de lookset, que Ă© a forma de enxergar as coisas. “À medida que praticamos um, o outro se transforma”, aponta.

A transformação, segundo ela, tambĂ©m precisa ser aplicada de cima (diretoria, fundadores, administradores, gestores) para baixo (colaboradores e terceiros). “Se os funcionĂĄrios nĂŁo enxergam a mudança desde os nĂ­veis mais altos, eles certamente nĂŁo vĂŁo mudar.”

O prĂłximo passo importante Ă© fazer um mapeamento da empresa, para entender os principais riscos e onde existe mais vulnerabilidades. Por fim, chega a hora de identificar os valores e as potencialidades e colocar tudo em um esquema.

“Feitas essas primeiras atividades, vocĂȘ começa a estruturar um programa de compliance, com uma ajuda especializada”, recomenda.

Leia também sobre os 4 pontos para fazer uma gestão de negócios com sucesso.

Autor (a)

Ana RĂ­zia Caldeira
Ana RĂ­zia Caldeira
Boa ouvinte, aprecio demais os momentos em que posso ver o mundo e conhecer as coisas pelas palavras das outras pessoas. NĂŁo por menos, entrei para o jornalismo. E alĂ©m de trazer conteĂșdos para o Next, utilizo minhas habilidades de apuração e escuta para flertar com a mini carreira de apresentadora nos stories do MBA USP/Esalq, no quadro VocĂȘ no Camarim.

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