O frete caro é um problema para quem compra e também para quem vende. Conseguir entregar o produto certo, no local determinado e com o menor custo possível envolve planejamento e decisões estratégicas. O professor Marcos Luppe, coordenador do MBA Varejo e Mercado de Consumo USP/Esalq, falou ao Next sobre ações que podem melhorar a logística no e-commerce e deixar consumidor e varejistas mais satisfeitos. “O frete muitas vezes é um problema. Da perspectiva do consumidor, ele procura o frete grátis, mas a grande questão é que isso traz custos muito elevados para o varejo”, afirma. E tem cada vez menos lojistas apostando nessa estratégia, como mostra o relatório WebShoppers 2017, da consultoria Ebit. Segundo o levantamento, o frete grátis tem sido cada vez mais usado para categorias específicas de produtos ou quando o consumidor não tem uma necessidade imediata do produto e aceita recebê-lo em prazos mais alongados. “O frete grátis não existe. A estratégia pode ser muito boa para ganhar mercado e atrai muito o consumidor, mas a longo prazo não se mantém. A loja tem de ter muita margem ou acabará com prejuízos”, explica o professor.
Preços reais
Conseguir manter o frete a preços acessíveis e o produto ainda atrativo para o consumidor é um dos maiores desafios dos varejistas. Embutir o preço do frete no custo do item comercializado, como muitas empresas fazem ou já fizeram, não é uma boa estratégia, alerta Luppe. “Essa ação vai impactar no preço final do produto. E como o varejista enfrentará os preços da concorrência?”, questiona o professor. Da mesma forma, não adianta ‘jogar’ o preço para valores menores que a média de mercado e compensar no frete. “O consumidor tem acesso a diversos buscadores de preços e vai pesquisar o que mais compensa”, afirma Luppe.
Compre online e retire na loja
Para driblar os problemas com frete, grandes empresas têm apostado cada vez mais em ações do tipo “compre online e retire na loja física”. Essa ação também pode ser adotada por pequenos comerciantes, desde que sejam levados em conta o tipo de produto vendido e o perfil de cliente, lembra Luppe. “Grandes varejistas têm apostado nessa ação, principalmente no caso de eletros. O preço para entrega em casa é um. Para retirada na loja, é grátis.”
Marketplace
Unir-se a grandes redes para revender o produto também pode ser uma boa estratégia para conseguir oferecer fretes mais atrativos ao consumidor – é o chamado marketplace. E essa é uma tendência cada vez maior fora do país, afirma o professor. No Brasil há algumas delas, como o Mercado Livre, por exemplo. Essas redes, comenta Luppe, têm avançado em questões logísticas e é possível que, a exemplo do que a Amazon faz nos Estados Unidos, invistam em logística própria como estratégia para reduzir custos. “É possível que em bem pouco tempo tenhamos isso no Brasil. O varejista poderá estar com o negócio dele em um portal muito maior e ter mais vantagens competitivas”.
Negociação
Negociar também é uma estratégia muito válida para conseguir mais competitividade. Isso significa procurar alternativas para os serviços de entrega. Além dos Correios – a estatal vem sendo muito criticada por problemas no serviço – há muitas empresas e transportadoras que também oferecem alternativas para entrega de produtos.
Busque alternativas
Sempre é possível olhar além e vislumbrar oportunidades de mercado, reforça o professor. Isso também vale para a questão logística. Cada vez mais empresários têm buscado alternativas para entregar seus produtos, seja para chegar a um local de difícil acesso ou para chegar mais rápido a seus consumidores. Alguns empreendedores se utilizam até de Uber para levar a mercadoria a seus clientes. “Hoje temos startups que têm propostas diferenciadas, o mercado está muito dinâmico, é preciso visualizar alternativas.” Gostou das dicas? Compartilhe nas redes sociais!