Os modelos tradicionais de troca de bens e de serviços estão ficando superados pelo fenômeno da interconectividade propiciado pela evolução da internet. O aumento da população terrestre nos últimos dois séculos e o aumento da demanda de consumo nos leva a buscar uma organização social dentro de uma forma colaborativa. Muitos dizem que a nova era que está se formando é a “era da inovação e da cooperação” e podemos confirmar isto pelos movimentos de compartilhamento e de cooperação que verificamos crescer rapidamente. Dentro deste cenário, surge agora então novos conceitos como o de “economia compartilhada” e de “economia colaborativa”, onde o conceito de propriedade está cada vez menos presente nos jovens e o conceito de “compartilhamento” e de “aluguel quando necessário” cresce rapidamente, gerando novos tipos de negócio. Economia Compartilhada (do inglês Sharing Economy) é a prática de dividir o uso ou a compra de serviços facilitada, principalmente, por aplicativos que possibilitam uma maior interação entre as pessoas. “O fato das pessoas estarem conectadas e poderem ‘criar’ serviços visando lucro ou não altera muitos dos paradigmas econômicos, mas nos desafia também a entender como será a economia nos próximos anos”, diz Cláudio Carvajal, professor e consultor na área de Gestão Empresarial. Todos nós somos potenciais participantes da economia compartilhada. Desde pessoas que compartilham a furadeira com vizinhos de forma convencional (tocando a campainha) como as que usam a internet para o mesmo fim — o site brasileiro Tem Açúcar propõe exatamente isso. São exemplos de plataformas de economia compartilhada no Brasil os seguintes serviços: 99 (Pop e Táxis), Uber, Diligeiro, DogHero, Ifood, Airbnb, Couchsurfing, BlaBlaCar, Enjoei, GetNinjas, dentre outras. Quem usa este tipo de plataforma percebe que a economia compartilhada propicia um novo jeito de viver, uma nova maneira de enxergar o mundo e uma nova forma de troca de bens e serviços. A GM (General Motors), por reconhecer que este movimento é irreversível, está desenhando um novo modelo de negócios onde a estratégia é a de fabricação de carros elétricos para ela mesma alugar. Isto vai gerar um grande impacto em toda a economia, haja vista que este modelo deverá ser copiado pelas outras montadoras. Muitos especialistas em economia acreditam que a economia compartilhada substituirá o próprio sistema capitalista, por intermédio da gestão comum de bens e da utilização compartilhada de bens. Você, que lê este artigo, com certeza está gostando dos novos benefícios que estes novos modelos de negócio estão lhe propiciando, mas convido-lhe a fazer uma reflexão: “quanto este movimento impacta a sua utilidade atual como profissional ou como empresário?” O grande desafio agora está em atuar dentro da economia tradicional, enquanto nela ainda há demandas decrescentes, e também se desenvolver e evoluir para atuar dentro da nova economia do “compartilhamento e da colaboração” onde as demandas são crescentes. Certo é que a interconectividade está acelerando o novo sistema e necessário se faz que os indivíduos e organizações se insiram dentro do novo modelo o mais rápido possível, pois todos que ficarem parados estarão condenados a perderem a sua utilidade e consequentemente valor, dentro deste novo cenário. E você, já está ajustando a sua condição de utilidade dentro deste novo cenário de negócios? Artigo escrito por Rubens Borges, professor dos MBAs USP/Esalq
Economia Compartilhada: uma nova realidade no mundo dos negócios
Atualizado em
Por Danielle Gaioto
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