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O mercado de carbono no Brasil: oportunidade ou desafio?

O mercado de carbono se consolidou como uma das principais ferramentas para enfrentar a crise climática global, e o Brasil, com sua vasta cobertura florestal e setor agropecuário robusto, tem um papel chave nessa transição. Este artigo explora como o mercado de carbono funciona, como ele pode se tornar uma oportunidade para as empresas e o impacto das recentes mudanças legislativas no Brasil. 

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O carbono como nova moeda de valor 

Com o aumento das pressões ambientais e regulatórias, o mercado de carbono surge como uma “nova moeda de valor” no cenário global. Empresas que conseguem reduzir suas emissões de CO₂ podem gerar créditos de carbono, que podem ser comercializados com empresas que precisam compensar suas emissões. Este ciclo de compensação contribui para a descarbonização e incentiva a adoção de práticas mais sustentáveis em diversos setores. 

Para as empresas, participar desse mercado pode significar não apenas atender às novas exigências regulatórias, mas também fortalecer sua imagem e ganhar vantagem competitiva ao adotar práticas ambientais responsáveis. 

Leia mais: O Papel do ESG no Futuro das Empresas 

Como funciona o mercado de carbono? 

O mercado de carbono permite que empresas gerem créditos de carbono por meio de estratégias de redução de emissões, como o uso de tecnologias limpas, reflorestamento e outros projetos ambientais. Esses créditos são então vendidos para empresas que não conseguem reduzir suas próprias emissões ou que optam por compensá-las. 

Existem dois tipos principais de mercado de carbono: o regulado e o voluntário

Mercado regulado vs. mercado voluntário 

Mercado regulamentado: criado por governos ou blocos econômicos, como o EU ETS na União Europeia, o mercado regulado impõe metas obrigatórias de emissão para empresas de setores específicos. O não cumprimento das metas resulta em penalidades. Este mercado é altamente estruturado, com regras rígidas e fiscalização constante

Mercado voluntário: empresas podem comprar créditos de carbono de forma espontânea, visando cumprir metas de sustentabilidade ou ESG. Embora seja mais flexível, o mercado voluntário exige certificações confiáveis para garantir a integridade dos créditos. Padrões como Verra, Gold Standard e Climate Action Reserve são amplamente utilizados para garantir que os projetos que geram os créditos sigam diretrizes ambientais rigorosas. 

Leia mais: Dimensão social do ESG na prática: como aplicar além da sustentabilidade e da diversidade 

Exemplos de projetos que geram créditos de carbono 

Projetos como o REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), ALM (Agricultural Land Management), e ARR (Afforestation, Reforestation and Revegetation) são exemplos de iniciativas que capturam ou evitam emissões de carbono. Tais projetos podem ser certificados e utilizados tanto no mercado regulado quanto no voluntário. 

Esses projetos não apenas contribuem para a redução de CO₂, mas também ajudam a promover a preservação da biodiversidade e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis, com benefícios sociais e ambientais diretos. 

O papel do Brasil no mercado de carbono 

O Brasil possui um dos maiores potenciais globais para geração de créditos de carbono. Sua vasta cobertura florestal, especialmente na Amazônia, e sua força no agronegócio colocam o país como líder natural em iniciativas de descarbonização. Iniciativas como a agricultura regenerativa, reflorestamento e o uso de bioinsumos estão sendo incentivadas para reduzir as emissões e gerar créditos de carbono, ao mesmo tempo que fortalecem a bioeconomia

O Brasil tem a oportunidade de se beneficiar economicamente ao liderar essa transição para uma economia de baixo carbono. Contudo, empresas que não se adaptarem a essa nova realidade podem enfrentar barreiras comerciais, como impostos sobre carbono e restrições para exportação em mercados internacionais. 

Leia mais: Por que o ESG continua essencial, mesmo em um cenário de incertezas políticas e econômicas? 

O mercado regulado de carbono no Brasil: a lei nº 15.042/2024 

Até 2024, o Brasil atuava principalmente no mercado voluntário de carbono. Porém, com a recente aprovação da Lei nº 15.042/2024, o país deu um passo importante para a criação de seu próprio mercado regulado de carbono, o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE)

Essa lei institui um sistema de “cap and trade”, onde empresas terão limites máximos para suas emissões e poderão negociar Cotas Brasileiras de Emissão (CBEs). Além disso, a lei prevê a emissão de Certificados de Redução ou Remoção Verificada de Emissões (CRVEs), que representam 1 tonelada de CO₂ equivalente removida ou evitada

O mercado regulado brasileiro terá um foco inicial em setores de alta emissão, como energia, transporte e indústria. A implementação plena do sistema está prevista para 2026, com metas obrigatórias para grandes emissores. 

Leia mais: Governança ambiental, social e corporativa 

O que falta para a implementação plena? 

Embora o marco regulatório já tenha sido estabelecido, a implementação plena ainda depende da criação de normas técnicas, penalidades e da infraestrutura digital para monitoramento e verificação dos créditos de carbono. A consultoria pública sobre a regulamentação está prevista para 2025, com a entrada em vigor total estimada para 2026. 

Como se preparar para o mercado de carbono? 

As empresas devem começar a se adaptar agora para garantir que possam aproveitar as oportunidades do mercado de carbono e evitar penalidades no futuro. Isso inclui a medição das emissões de CO₂, a implementação de estratégias de redução e a certificação de projetos sustentáveis

O impacto da COP30 no mercado de carbono 

A COP30, que ocorrerá em breve no Brasil, será um evento crucial para discutir e impulsionar ainda mais as ações em torno da transição energética e do mercado de carbono. Empresas de todos os setores precisam se preparar para as novas regulamentações e iniciativas globais, como o Acordo de Paris e o financiamento climático

A COP30 será um ponto de virada para o mercado de carbono e as empresas que desejam liderar a transição para uma economia sustentável precisam se alinhar com essas tendências globais. 

Leia mais: Estratégias de análise de risco em Compliance e ESG 

O mercado de carbono pode impactar sua empresa 

O mercado de carbono apresenta desafios e oportunidades para empresas que buscam se posicionar como líderes na transição verde. Com a criação do mercado regulado de carbono no Brasil, as empresas devem se preparar para essa nova realidade e agir para reduzir suas emissões, gerar créditos e participar de iniciativas sustentáveis

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