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Crise de solidão nas empresas: como isso afeta a gestão e a performance do gestor?

De acordo com uma pesquisa da Harvard Business Review, mais de 50% dos CEOs relatam sentir-se sozinhos em suas funções e, entre eles, 61% acreditam que essa solidão impacta negativamente sua performance.  

Esse dado, embora alarmante, não deve surpreender. Afinal, por trás de toda tomada de decisão, plano estratégico ou reunião importante, existe um ser humano lidando com pressões, expectativas e, muitas vezes, um sentimento silencioso de isolamento. 

A imagem do líder confiante, que dá conta de tudo e está sempre no controle, não representa a realidade de muitos gestores.  

Em um mundo corporativo cada vez mais acelerado e competitivo, a solidão na liderança se tornou um desafio real e, até pouco tempo atrás, pouco discutido. 

A solidão do topo é real… e cada vez mais comum 

Você já ouviu o termo “solidão do topo”? Ele se refere à sensação de isolamento que líderes sentem ao ocupar posições de responsabilidade, especialmente em cargos onde as decisões são estratégicas e impactam muitas pessoas. 

A solidão, nesse contexto, não é ausência de pessoas ao redor, mas falta de conexões verdadeiras, espaços seguros de troca e apoio emocional

Como a solidão afeta a gestão e a performance? 

Líderes solitários tendem a se sentir sobrecarregados, ansiosos e desconectados dos times.  

Isso compromete a capacidade de escuta, reduz a empatia e aumenta a tomada de decisões baseadas no medo ou na autoproteção. Com o tempo, a liderança se torna mais rígida, defensiva e menos inovadora. 

Veja alguns impactos diretos: 

  • Decisões menos colaborativas: o gestor isola-se e não busca apoio ou diferentes perspectivas. 
  • Queda de produtividade: a carga emocional interfere na clareza e objetividade das ações. 
  • Dificuldade em inspirar e engajar o time: líderes que não se sentem conectados têm mais dificuldade em criar vínculos de confiança. 
  • Maior risco de burnout: sem rede de apoio, a exaustão mental se torna mais provável. 

Causas da solidão na liderança 

A solidão do gestor nem sempre é uma escolha. Muitas vezes, é consequência da cultura organizacional ou de crenças enraizadas no mundo corporativo.  

Entre os fatores mais comuns, estão: 

  • Pressão por perfeição: a crença de que o líder precisa ter todas as respostas o tempo todo; 
  • Falta de pares: poucos colegas com quem compartilhar vulnerabilidades e dilemas reais; 
  • Medo de demonstrar fragilidade: receio de parecer incompetente ou despreparado; 
  • Distanciamento hierárquico: quanto maior o cargo, maior a tendência ao isolamento. 

O que gestores e empresas podem fazer 

Combater a solidão na liderança exige um movimento conjunto, individual e organizacional. Para os líderes, o primeiro passo é reconhecer que sentir-se sozinho não é sinal de fraqueza, e sim um alerta de que algo precisa ser ajustado. 

Algumas ações que podem ajudar: 

  • Buscar apoio profissional ou mentoria para compartilhar desafios com quem entende o contexto; 
  • Criar redes de apoio com outros líderes, dentro e fora da organização; 
  • Cultivar conversas reais com o time, onde também haja espaço para vulnerabilidade; 
  • Estimular uma cultura de confiança, onde errar e pedir ajuda não sejam vistos como fraqueza. 

Do lado das empresas, investir em formações mais humanas e integradoras, com foco em competências socioemocionais e em práticas de liderança consciente, pode transformar o ambiente organizacional em um espaço mais acolhedor e produtivo. 

Liderança mais humana começa com autoconhecimento 

Um gestor que se conhece, que entende seus limites e fortalezas, está mais preparado para lidar com a solidão e para criar conexões mais autênticas com sua equipe.  

Por isso, desenvolver habilidades como empatia, escuta ativa e inteligência emocional é tão importante quanto dominar ferramentas de gestão. 

O MBA em Gestão de Pessoas da USP/Esalq é um exemplo de formação que une o lado técnico e o lado humano da liderança.  

Com aulas ao vivo, professores da USP e do mercado e uma abordagem prática e reflexiva, o curso oferece ferramentas para que líderes enfrentem os desafios da gestão moderna, inclusive a solidão.

Escrito por Ana Clara Gaspareto

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