A escola do século XXI enfrenta um paradoxo: ao mesmo tempo em que a tecnologia amplia o acesso ao conhecimento, ela também impõe novos desafios ao processo de ensino-aprendizagem, especialmente no que diz respeito à saúde mental dos estudantes.
Esse cenário foi destaque na Bett Brasil 2025, o maior evento de educação e tecnologia da América Latina. Em uma palestra com Beatriz Araujo, Leticia Lyle e Maria Carolina Pinheiro, as especialistas alertaram para o impacto da hiperconectividade, da cultura de performance e da constante presença dos dispositivos móveis na vida escolar de crianças e adolescentes. A pergunta que se impõe é: como a gestão escolar pode acolher esses desafios e construir um ambiente mais equilibrado e humano?
Hiperconectividade e ansiedade: uma relação preocupante
O avanço da conectividade nas escolas brasileiras é significativo: entre 2020 e 2023, o acesso à internet nas instituições de ensino fundamental e médio passou de 82% para 92%. Esse crescimento foi ainda mais expressivo em áreas rurais, onde a cobertura saltou de 52% para 81%. Apesar disso, apenas 65% dessas escolas disponibilizam o acesso diretamente aos alunos, o que ainda representa um desafio importante. O cenário reflete uma transformação digital em curso na educação, especialmente em redes públicas e municipais, que também registraram aumentos relevantes de acesso no período. (Agência Brasil, 2025)
Casos de ansiedade, depressão e dificuldades de concentração entre adolescentes têm crescido, e a exposição excessiva às telas é um dos principais fatores apontados. Nas escolas, isso impacta diretamente o foco, o comportamento e as interações presenciais dos alunos.
Cultura de performance e pressão por resultados
Outro ponto de atenção é o modelo educacional baseado na alta performance. A busca por notas, aprovações e rankings têm reforçado um ambiente de comparação e cobrança constante, que pode comprometer o bem-estar emocional dos estudantes.
O papel da escola como espaço de acolhimento
A escola deve ser, acima de tudo, um espaço de acolhimento emocional e desenvolvimento integral. Isso passa por:
- Políticas claras sobre o uso de tecnologia no ambiente escolar;
- Formação de professores e gestores para reconhecer sinais de sofrimento emocional;
- Projetos pedagógicos que promovam a empatia, a colaboração e o respeito às individualidades;
- Parcerias com famílias e profissionais de saúde, fortalecendo uma rede de apoio aos alunos.
A gestão escolar tem papel central nesse processo. É ela que articula ações, cria protocolos, engaja equipes e constrói um ambiente escolar que reconhece os desafios da era digital sem ignorar as necessidades humanas.
Um novo perfil de gestor para novos tempos
Para enfrentar essas questões com segurança e competência, é fundamental investir em formação. O MBA em Gestão Escolar USP/Esalq prepara educadores para lidar com os desafios contemporâneos da escola por meio de uma abordagem estratégica, prática e conectada à realidade.
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Escrito por Bianca de Oliveira