No cenário atual, as cooperativas enfrentam diversos desafios que exigem uma gestão estratégica e consciente de suas atividades.
De acordo com o relatório do Banco Central, divulgado em julho de 2024 (Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo), as cooperativas de crédito enfrentaram um aumento na inadimplência, com a participação dos ativos problemáticos (APs) na carteira de crédito atingindo 5,9% ao final do ano. Além disso, as despesas com provisão para créditos elevaram 55,2%, enquanto a rentabilidade do segmento apresentou recuo.
Esses indicadores evidenciam alguns desafios enfrentados pelo setor em 2023, demonstrando que, apesar de suas características únicas, as cooperativas de crédito não estão imunes aos riscos típicos do mercado financeiro.
Nessa matéria, veremos porque a análise de riscos é um componente essencial na tomada de decisões estratégicas e na construção de um planejamento seguro e sustentável. Continue a leitura para saber mais.
Qual é a importância da análise de riscos para as cooperativas?
A análise de riscos é uma metodologia utilizada para identificar, avaliar e priorizar os riscos que possam vir a afetar uma organização.
Quer um exemplo prático? O grupo empresarial J&F Investimentos, com 12 empresas em ramos diversos e mais de 267 mil colaboradores, enfrentou o desafio de alinhar práticas de negócios distintos. Para isso, contratou uma consultoria especializada, com o objetivo de identificar vulnerabilidades e propor melhorias específicas para cada área, reforçando a necessidade de realizar análises de riscos eficazes.
Por meio de uma consultoria especializada, passaram a realizar periodicamente um mapeamento e avaliações que orientem decisões estratégicas, mitiguem riscos e, quando necessário, ajustem ou encerrem negócios.
Essa prática consolidada norteia políticas e controles, assegurando alinhamento e segurança nas operações da holding.
Para as cooperativas, a análise permite que as lideranças tomem decisões embasadas e, principalmente, alinhem essas decisões aos valores e à missão.
Os principais benefícios dessa prática incluem:
- Proteção do patrimônio coletivo: como as cooperativas visam o benefício de seus associados, é vital que as decisões estratégicas minimizem a exposição a riscos que possam comprometer os ativos e o capital da cooperativa.
- Fortalecimento da confiança dos associados: a transparência na gestão dos riscos e a capacidade de antecipar desafios fortalece a confiança dos membros, permitindo um ambiente mais participativo e seguro.
Os principais riscos para as cooperativas
As cooperativas lidam com riscos financeiros, operacionais, de mercado, regulatórios e ambientais, que precisam ser gerenciados para garantir estabilidade e crescimento.
Variações financeiras, falhas internas e mudanças no mercado são desafios que impactam diretamente suas operações, enquanto questões regulatórias e condições climáticas, especialmente para o setor agropecuário, exigem adaptações e estratégias preventivas contínuas.
As 5 etapas da Análise de Riscos
As etapas dessa análise são realizadas por um profissional especializado na área e podem ser resumidas em:
- Estabelecer um contexto: coletar informações com os gestores e listar os objetivos organizacionais.
- Identificar os riscos: mapear e identificar quais eventos podem representar riscos para a empresa.
- Analisar os riscos: realizar cálculos sobre a probabilidade e o impacto de um evento de risco, analisar e mensurar a qualidade das medidas de controle
- Planejar ações para a prevenção: definir as medidas que precisam ser implementadas para tratamento, levando em consideração o nível do risco para a empresa.
- Monitorar: analisar periodicamente se os resultados das ações foram positivos, ou se é necessário realizar novas avaliações para o processo.
O apoio para a tomada de decisões estratégicas
A partir de uma análise de riscos detalhada, as lideranças da cooperativa têm acesso a informações para a tomada de decisões estratégicas.
Com a compreensão dos riscos, é possível que a cooperativa planeje investimentos com segurança, inove com novos produtos que atendam às demandas do mercado e proteja sua reputação, fortalecendo a confiança dos associados.
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