Smartphones são os dispositivos mais usados pela população mundial para acessar a internet. Devido a sua presença contínua (e inalterável), a pesquisa por voz foi aos poucos sendo incorporada aos hábitos de uso. Hoje, cada vez mais ações controladas por voz são adicionadas ao mercado tecnológico.
No relatório Global Digital Statshot 2019, elaborado pelas empresas de dados Hootsuite e We Are Social, foi apresentado um crescimento no uso de aplicações de voz. O número total de pessoas controlando aparelhos móveis por meio de assistentes como Alexa, Siri, Bixby e Google Assistente chegou a 1,88 bilhão.
Esse comportamento está se tornando tão natural que as pessoas recorrem primeiramente a um assistente virtual para solucionar seus problemas do dia a dia, como achar locais próximos, tutoriais, informações sobre clima, produtos e serviços, entre muitos outros resultados.
Apesar de parecer uma simples ação, a pesquisa por voz tem ganhado mais adeptos do que as buscas feitas a partir de um teclado. Essa nova maneira de interação pode mudar completamente a forma de se fazer negócio, uma vez que os sites precisam estar mais preparados para esse tipo de tecnologia.
Crescimento exponencial
Atualmente, o crescimento do uso das pesquisas por voz feitas às assistentes pessoais é exponencial. Isso ocorre principalmente pela rápida adesão à essa tecnologia, algo mais rápido até mesmo que a aceitação do próprio smartphone desde o primeiro lançamento.
Para algumas pessoas, entretanto, usar a pesquisa por voz ainda não é um hábito frequente. No Brasil, cerca de 5% a 10% das buscas são feitas assim e a previsão global é que 300 milhões de pessoas façam a mesma coisa dentro de cinco anos.
Até o momento, os temas mais pesquisados por meio das assistentes estão relacionados a fatos, mapas e direções. Entram também nas buscas avaliações e informações sobre serviços e produtos, algo pelo qual as empresas devem se atentar nos próximos anos caso queiram que seus clientes concluam uma compra.
Aplicação nos negócios
Em um mundo hiperconectado, é normal que o processo de compra comece muito antes de o cliente visitar uma loja (seja física ou virtual). O consumo deixou de ser linear e apoiado apenas em um canal. O cliente quer respostas rápidas e não perdoa experiências ruins no mobile.
Para as empresas que souberem utilizar a seu favor a pesquisa por voz, o resultado será positivo. Levando em conta que 80% das respostas que um assistente virtual dá estão nas três primeiras respostas orgânicas dos buscadores, quem está na frente durante as pesquisas sempre levará a melhor.
Mas não basta apenas saber que o consumidor deseja rapidez, é preciso apresentar exatamente as respostas para a sua busca. E a construção disso deve ser pensada para perfis de consumo vistos tanto nos Millennials como na Geração Z e Boomers, que também se acostumaram ao uso da tecnologia.
Em um curto prazo, a pesquisa por voz tornará mais fácil a compra de itens essenciais online, inclusive os de supermercado. Para melhorar o atendimento a partir das assistentes, as empresas precisam adotar a coleta e análise de dados e, dessa forma, criar estratégias que tragam o cliente para o seu resultado.
Adaptação e estratégias
No aniversário de 15 anos do Google, uma nova versão do algoritmo da empresa foi disponibilizada para fornecer resultados mais rápidos e precisos no buscador. Batizado de Hummingbird (beija-flor, em inglês), ele aumentou a compreensão semântica nas buscas.
As consequências dessa tecnologia impactam nos sistemas de busca e no marketing de conteúdo. Por envolver o significado de cada palavra usada na pesquisa e como ela se relaciona com as palavras ao seu redor, o algoritmo “obrigou” o uso de táticas mais naturais e intuitivas nas estratégias de SEO (Search Engine Optimization).
Na prática, elas podem ser:
- Entender cada vez mais o consumidor;
- Otimizar o conteúdo para responder a perguntas;
- Usar palavras-chave de cauda longa (que alcançam perguntas mais completas);
- Dar preferência a linguagem natural e de fácil compreensão;
- Estar na posição zero.
Assertividade e segurança
O Google está cada vez mais entendendo o que as pessoas falam, entretanto, a precisão dos assistentes de voz apresentou uma queda no relatório de 2019 da Perficient Digital sobre a inteligência deste tipo de solução. A avaliação testou quase 5 mil perguntas sobre assuntos como história, geografia e matemática.
A queda para essa exatidão pode ser explicada pela crescente porcentagem de perguntas que os assistentes de voz recebem, cada vez mais completas e direcionadas a resultados específicos.
Somado a isso, os resultados em qualquer tipo de busca estão protegidos por uma camada extra de segurança. Agora, ter HTTPS não é mais um diferencial para os sites, mas sim uma obrigação para torná-los seguros e visíveis nos resultados de busca.
Ter o negócio adicionado no Google meu Negócio, Apple Maps Connect, Foursquare, Yelp, Yext, Bing Places e outros também é um ponto importante para estar presente nos resultados das pesquisas por voz, uma vez que as buscas “perto de mim” cresceram 3 vezes nos últimos dois anos.
A previsão é de que neste ano o mercado norte-americano movimente 40 bilhões de dólares em compras por voz, algo que acabará afetando também o modo de se fazer negócio no mercado brasileiro nos próximos meses.
Veja também por que utilizar o BI em pequenas e médias empresas.