Quando se fala em divulgação, há diferenças entre as estratégias para as empresas convencionais e as tendências de marketing para startups. Embora na teoria o princípio seja o mesmo, na prática as ações podem tomar proporções diferentes e ter alterações na execução.
“Se você pensar em segmentação e posicionamento, não tem muita diferença. Mas na prática, o marketing precisa ser mais direcionado para que as pessoas conheçam o negócio”, explica Eduardo Eugênio Spers, coordenador do curso de Marketing do MBA USP/Esalq.
Segundo ele, a estrutura interna também traz diferenças para as tendências de marketing para startups, já que é uma fase inicial, sem departamento específico. No entanto, no geral, o planejamento de marketing desse modelo de negócio costuma ser mais estruturado.
“O marketing começa antes da startup funcionar. É preciso apresentar um plano de negócio que inclui isso, porque ela tem que convencer um investidor ou uma incubadora que aquela ideia é interessante e rentável. Então costuma ser mais organizado que um negócio tradicional”, afirma Spers.
Recursos
O maior problema, porém, é que em muitos casos a estratégia de marketing para por aí. Há uma dificuldade de transformar isso em um departamento especializado, porque depende de estrutura e recursos. “Falta investir nesse segundo momento, do contrário se torna rotina.”
No entanto, investidores, incubadoras, fintechs ou qualquer outro tipo de operação que se destina a investir recursos em startups já disponibilizam uma parte direcionada ao marketing. Tudo depende da estratégia que foi traçada antes. “É possível, sim, pensar em gastar algum recurso no marketing”, garante.
Estratégia
A primeira das tendências de marketing para startups listadas pelo coordenador Eduardo Spers é a estratégia. Não que seja algo novo, ter uma estratégia bem elaborada já é notícia velha no meio do marketing. Mas nas startups tudo é muito bem planejado – e deve continuar sendo.
O professor ressalta a importância de seguir o plano depois da estratégia elaborada. Mesmo que a passos pequenos, não se pode começar e parar, como já explicado.
O primeiro passo, então, é ter uma boa estratégia de marketing direcionada ao segmento e posicionamento da marca.
Customer Relationship Management
A maior das tendências de marketing para startups talvez seja o relacionamento com o cliente. “É preciso ir além das plataformas digitais, como mecanismos de interação e inteligência artificial”, comenta Spers.
Nesse sentido, o coordenador sugere análise dos dados dos clientes com base em compras anteriores. E, assim, gerar interação com equipamentos que tenham informações do comportamento do consumidor. Resumidamente, a tendência é trazer mais eficácia no relacionamento utilizando as tecnologias disponíveis.
O termo “customer relationship management” (gestão de relacionamento com o cliente) é um termo que define os sistemas de informação ou ferramentas utilizadas para automatizar o relacionamento com o cliente.
Conteúdo em vídeo
Trazer conteúdo de qualidade também não é novidade para ninguém, mas é uma das tendências de marketing para startups que continua. É preciso buscar entender o que os clientes procuram para oferecer e, assim, relacionar o nome da marca com credibilidade no segmento.
A novidade aqui é que os vídeos vão crescer com tudo. A expectativa é que o consumo deles vai representar cerca de 80% do conteúdo na internet no próximo ano. Isso quer dizer que todas as empresas, startups ou não, devem se adequar a essa nova realidade.
No entanto, no caso das startups, é preciso analisar a logística disso. “Como isso será alimentado no futuro? O que o vídeo vai tratar? É preciso ter uma estratégia por trás”, diz Spers.
“Se eu tenho uma startup de controle biológico, eu posso lançar um canal sobre o assunto, conversar com especialistas, trazer informações. Só que se eu não tenho uma estrutura, como um jornalista que vai cuidar da redação desse conteúdo, alguém que vai postar e alguém que vai analisar as métricas, eu não vou ter o benefício de tudo isso”, exemplifica.
Além do vídeo
Spers salientou ainda que não somente o vídeo, mas todo tipo de conteúdo de marketing gerado deve estar de acordo com a estratégia. Além disso, é preciso pensar na estrutura de nutrição desse conteúdo. “Qualquer tipo de conteúdo vai ter que ter um suporte por trás.”
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