Novo ano, novas tendências. Como em tudo, é também um recomeço para o mercado varejista. A dúvida para quem trabalha ou investe no setor é se a perspectiva para 2019 aponta para um cenário positivo ou negativo.
De acordo com o professor do MBA USP/Esalq em Varejo e Mercado de Consumo, Marcos Luppe, a tendência é de melhora no mercado se comparado aos últimos anos, mas é preciso ter cautela. “Existem algumas incertezas, porque quando falamos em varejo nós falamos de consumo e isso depende de alguns fatores”, contrapõe.
Apesar disso, o cenário aponta para uma expectativa positiva. A troca de governo faz com que os consumidores se sintam mais confiantes e isso pode ser determinante para movimentar a economia como um todo, mas tudo depende, principalmente, de outros três fatores além da confiança, conforme explica o professor.
Fatores
O primeiro deles, já dito, influencia todos os outros: a confiança. Quando o consumidor se sente confiante, sabendo que não vai perder o emprego no próximo mês e que a situação financeira está estabilizada, tende a consumir mais. “A gente precisa lembrar que a renda média do brasileiro é baixa, então qualquer fator que possa impactar isso prejudica negativamente a confiança”, afirma.
O segundo é o desemprego. Que ele cresceu nos últimos anos não é novidade para ninguém. Esse fator também influencia no setor varejista e não apenas da forma mais óbvia – sem emprego, o consumo fica exclusivo para as necessidades básicas.
Para além disso, o desemprego afeta justamente a confiança do consumidor. Quando uma pessoa vê familiares e amigos desempregados, começa a perceber a crise financeira e passa a consumir menos, fica insegura quanto ao próprio emprego.
Outro fator que impulsiona o setor varejista é a concessão de crédito. Com a incerteza da economia, os bancos e cooperativas de valores tendem a liberar menos crédito e isso afeta diretamente no consumo, segundo Luppe. Esse movimento aconteceu nos últimos anos.
“Quando a gente vai pensar no Brasil, onde a renda familiar média é baixa, para a família conseguir comprar uma televisão, geladeira ou carro, normalmente vai precisar de crédito”, completa.
O último fator é a renda. O consumo depende da renda do consumidor e ela pode vir de várias maneiras. A confiança não atinge somente as famílias, mas também as empresas, que começam a liberar mais crédito, investir e gerar mais emprego. Como num ciclo, isso significa mais renda, mais consumo e a “roda” gira.
Projeção
Diante de todo esse cenário, Luppe afirma que, por conta do novo governo, a tendência é que a confiança faça a economia começar a crescer novamente. Nesse sentido, o setor varejista também é influenciado.
“A projeção é que vai haver um crescimento a partir de 2019, mas nada absurdo. São coisas mais comedidas e ao longo dos próximos anos”, finaliza. Isso quer dizer que a tendência é um crescimento nos segmentos ligados ao varejo, mas que 2019 é só um começo para os próximos anos.
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