A cada segundo, centenas de milhares de dados são gerados em todo o mundo. Essa grande quantidade e complexidade de informações é o conceito do Big Data – e a oportunidade de cruzar esses dados é muito valiosa para o mercado, pois permite transformar informações em produto e até mesmo basear decisões que podem gerar valor para as empresas. “A principal matéria-prima do século 21 são os dados. As empresas têm como grande desafio transformar dados em produtos e decisões, gerar valor. Big Data surge como uma disruptura nos modelos e tecnologias tradicionais, permitindo às empresas manipularem todas as informações possíveis em tempo de negócio, seja para uma análise de seus clientes, crédito, risco, atendimento, qualidade produtiva ou qualquer outro caso de uso”, diz o professor Anderson Paulucci, professor do MBA em Gestão de Negócios USP/Esalq.
Insights
O conceito de Big Data está muito ligado à capacidade de tecnologia e costuma ser confundido com a ferramenta Analytics, do Google, comenta o professor. O Big Data, no entanto, potencializa a análise de dados, direcionando para modelos mais avançados de análises e descobertas, o que viabiliza novos ‘insigths’ para os negócios. “Toda disrupção tecnológica está associada à redução de custos, ou seja, as soluções de Big Data permitem às empresas criarem mais valor com análises de dados a um custo viável. As empresas que não avançarem rapidamente com maturidade nos modelos de negócios, baseada em dados, vão encontrar grandes dificuldades pela frente”, informa.
Ataque e defesa como estratégias
A estratégia de análise de dados nas empresas, explica Paulucci, deve ser implementada com duas visões: defesa e ataque. A defesa consiste em buscar mais eficiência, reduzir custos e evitar fraudes, por exemplo. Já o ataque está relacionado a buscar um melhor posicionamento de marketing, com campanhas mais personalizadas (ligadas ao perfil do cliente). Para isso, entretanto, é preciso compor análises com dados de redes sociais, entre outros, para entender o comportamento do consumidor, por exemplo. “Com uma estratégia adequada de Big Data, as empresas naturalmente vão se tornando ‘Data Driven’, ou seja, os negócios serão guiados por dados e a precisão na tomada de decisão garante melhor posicionamento no mercado. Não é mais uma questão de escolha. As empresas que não forem digitalizadas – e um desses pilares para a digitalização é a adoção de Big Data – serão fatalmente cases de insucesso nos negócios”, afirma o professor.
Implantação
A adoção de Big Data no mundo corporativo ainda é muito recente, segundo Paulucci, mas é necessária. “Percebemos que empresas que conseguem estabelecer um alinhamento estratégico no primeiro nível da organização, com a estratégia baseada em dados, obtém mais sucesso”, afirma o professor. Outro ponto importante, reforça Paulucci, é que as empresas precisão estar mais abertas a errar e corrigir rápido seus erros – o que já costuma ser seguido por startups de sucesso. “As mudanças da era digital são muito rápidas e um planejamento bem feito com prazo longo antes da execução também é um problema, pois rapidamente entramos em novas ondas de transformações, deixando o plano obsoleto. O desafio então é acompanhar essa dinâmica e acelerar o processo de inovação nas empresas”, cita. Gostou do tema? Compartilhe em suas redes sociais!