Abelhas têm um papel fundamental para a agricultura. Elas são polinizadoras, e uma enorme quantidade de plantas depende delas para se reproduzir adequadamente. Recentemente, uma luz de alerta surgiu quando pesquisadores alarmaram para a drástica redução no número de abelhas existentes. Foi o que levou as empresas de defensivos agrícolas a lançar o Projeto Colmeia Viva, que defende a complementariedade entre a polinização realizada pelas abelhas e a tecnologia de defesa vegetal. A iniciativa é representada pelo Sindiveg (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal). Em um trabalho de conscientização que envolve toda a cadeia produtiva, dos menores aos maiores produtores, o projeto incentiva o uso racional e responsável dos defensivos agrícolas para que seja garantida a proteção das culturas, sem causar a perda de abelhas e colmeias. “Aplicados corretamente nas culturas agrícolas, na quantidade e frequência indicadas nos rótulos, bulas e materiais informativos obrigatórios por lei, os defensivos agrícolas são seguros para pessoas e para o meio ambiente”, diz a coordenadora do projeto Paula Arigoni. Entre as atividades do Colmeia Viva estão o one voice, que promove treinamentos e comunicação focados na conscientização do uso correto (e-leaning, treinamentos por cultura, educação no campo), e ações direcionadas não só a agricultores e apicultores, mas também aos canais de distribuição de toda a cadeia produtiva. “Acreditamos que podemos estimular toda a cadeia produtiva, envolvendo distribuidores, revendas e cooperativas, de modo que cada um reconheça a importância de suas ações no propósito de proteger as culturas agrícolas sem causar prejuízos às abelhas”, diz. O projeto também desenvolve o MAP (Mapeamento de Abelhas Participativo) para o levantamento de dados sobre a mortalidade de abelhas com um mapeamento inédito dos fatores que contribuem para a perda de colmeias e abelhas no Estado de São Paulo. “Na agricultura, o trabalho das abelhas pode trazer mais produtividade e qualidade para o fruto, beneficiando muitos tipos de cultivos. Algumas frutas como o maracujá, melão, caju, melancia e maçã são dependentes da polinização”, relata. No Brasil, são mais de 3000 espécies de abelhas cumprindo seu papel no ambiente. Nos Estados Unidos e na Europa, é comum a prática de aluguel de colmeias. “No Brasil, essa prática ainda é restrita a algumas regiões e culturas dependentes da polinização, a exemplo da maçã e do melão”. O Projeto Colmeia faz parte da programação de palestras do Simpósio sobre Defensivos Agrícolas, realizado hoje e amanhã, em Piracicaba (SP). Realizado pelo Pecege, o evento abordará os quatro temas que causam maior preocupação entre os produtores rurais do Brasil: registro, resíduo de defensivos em alimentos, resistência a pragas e organismos não-alvos: efeito sobre polinizadores. Quer acompanhar o Simpósio? Faça a inscrição para a transmissão online aqui. E saiba mais sobre o Projeto Colmeia aqui.
Projeto Colmeia Viva: Setor de defensivos se une para proteger abelhas
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