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Educação financeira: como é sua relação com o dinheiro?

O Brasil está longe de ser o país que mais investe em educação financeira. Uma pesquisa realizada em 2015 identificou que, neste aspecto, estamos atrás de algumas das nações mais pobres do mundo, como Madagascar e Zimbábue. Contudo, seja em tempos de crise financeira ou estabilidade, o dinheiro é tema central na vida dos brasileiros.

A verdade é que nossa relação com o dinheiro diz bastante sobre nossos valores e hábitos individuais, mas também serve de parâmetro para analisar as pretensões de onde queremos chegar enquanto sociedade.

Quanto mais baixo o nível de educação financeira da população maiores são as dificuldades em tomar decisões relacionadas ao uso do dinheiro, assim como crescem os índices de endividamento.

Por isso, é importante conhecer e entender os hábitos brasileiros para que a administração das finanças pessoais possa ocorrer de forma mais natural, otimizada e baseada em conhecimento acessível.

Para deixar o cenário mais completo, a MindMiners, uma startup de pesquisa digital, realizou um estudo no fim de 2019 para entender melhor os índices de educação financeira no Brasil e para onde estamos caminhando.  Você se identifica com as características abaixo?

O crescimento das fintechs

Com a alta concentração de bancos no país, os brasileiros estão cada dia mais adeptos de soluções digitais, com menos burocracia e, consequentemente, menos taxas.

Um bom exemplo disso são os bancos como Nubank, Inter e Neon, que apresentaram crescimento de menções na pesquisa, em comparação com 2017. Em contrapartida, instituições tradicionais como Itaú e Banco do Brasil tiveram suas citações reduzidas.

É importante lembrar que as fintechs não são somente os bancos digitais, mas várias empresas de tecnologia com o objetivo de melhorar o sistema financeiro, com o bônus de ampliarem as discussões sobre o assunto.

A disposição para debater esse tema é um dos principais pilares da educação financeira, já que conhecimento deve ser compartilhado. Assim, fatores apontados como decisivos na hora de escolher uma fintech para abrir uma conta estão diretamente ligados com o que é buscado por quem quer gastar menos, mas de forma saudável, como tarifas menores, bom atendimento, menos papéis e a experiência digital.

Tudo isso levou à alta da satisfação dos clientes de bancos digitais, em comparação com quem utiliza os bancos tradicionais, uma vez que a reputação deles também cresceu – uma das principais barreiras para esse tipo de sistema.

A pesquisa ainda identificou que as pessoas que não utilizam serviços digitais não o fazem por nunca terem pensado sobre o assunto ou por não terem conhecimento a respeito. E isso não quer dizer que essas pessoas não procurem por tarifas mais baixas ou operações 100% digitais. Elas só não foram impactadas pela comunicação das fintechs.

De qualquer forma, as instituições tradicionais brasileiras têm destaque mundial, com histórico de anos de sucesso e equipes dispostas a reinventar talentos, produtos e serviços.

O tema está tão em alta que as fintechs são parte do cronograma de aulas do MBA USP/Esalq em Finanças e Controladoria.

Muito gasto e pouca organização

Essa baixa da educação financeira no Brasil cria o cenário ideal para pessoas que gastam muito, sem organização do dinheiro e, consequentemente, se afundam em dívidas.

Claro que existem exceções, mas a pesquisa da MindMiners destacou que a maioria dos brasileiros gasta, pelo menos, 80% do salário mensal e apenas 1/3 registra o que gastou.

Outros conceitos de educação financeira também são nebulosos para os brasileiros, como a diferença entre financiamento e empréstimo e suas taxas de juros. Mesmo sem saber distinguir essas duas modalidades, as pessoas ainda as consideram como melhores soluções para viabilizar compra de carro ou imóvel.

Ainda falando sobre juros, poucas pessoas sabem o valor dos juros cobrados em uma compra parcelada. Tudo isso explica por que a pesquisa conclui que 2/3 dos brasileiros estão endividados, com bancos e o comércio formal como principais credores.

Apesar de tudo, 77% dos entrevistados acredita que terá uma velhice financeiramente tranquila. Essa contradição é parte da falta de educação financeira, levando em conta que existe pouco preparo no presente para garantir um futuro confortável.

E os investimentos?

A quantidade de conteúdo gratuito sobre investimento cresce a cada dia. Porém, só 10% das pessoas acreditam ter bom conhecimento sobre o assunto e 62% dos participantes da pesquisa pensam não estar investindo o dinheiro da melhor maneira possível.

Nesse contexto, 40% ainda disseram que não fazem nenhum investimento enquanto 46% aplicam na poupança, um dos meios considerados menos atraentes por conta do baixo rendimento.

Confira dicas para investir!

Você acha que sua educação financeira está em dia? Qual sua opinião sobre as próximas gerações?

Autor (a)

Marina Petrocelli
Marina Petrocelli
Mais de 12 anos se passaram desde minha primeira experiência com Comunicação Social. Meus primeiros anos profissionais foram dedicados às rotinas de redações com pouca ou nenhuma relevância digital. O jornalismo plural se resumia em apurar os fatos, redigir a matéria e garantir uma foto expressiva. O primeiro sinal de mudança veio com a proposta para mudar de realidade e experimentar um formato diferente de produzir. Daí pra frente, as particularidades do universo do marketing se tornaram permanentes. Ah! Também me formei em Direito (com inscrição na OAB e tudo). Mas nem tudo se resume às minhas habilidades profissionais. Como produtora de conteúdo, me interesso por boas histórias, de pessoas reais ou em séries, filmes e livros, especialmente distopias. Gosto de montar roteiros de viagens e reconhecer estrelas e constelações em um aplicativo no celular. Museus, música e arte no geral chamam minha atenção, assim como cultura pop.

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